Pa” 2  Bareiro

 

E mi levou para casa e pegou o cavalo e foi em Perdões buscar o medico ele veio e ali ele mi fez o corativo e me emrolou a cabesa toda com poças dias eu não tinha mais nada o careiro descaregou o carro di lenha e soltou os bois e não cariar ma eli aboreu e foi embora para são Paulo e não voltou mais e depois quando eu tinha 10 a 11 nos era um turma di colega e noz brm=

de carinha di bois de sabuco fazia carinho e ainda ferava com tachinha amarela e vivia para as estradas bricando e asim foi muito e depois eu fiz umas carochinha de cano de chapeo di sol e matava pasarinho um dia eu estava sentado num pau na casa do vizinho e um dos colega estava brincando com a garucha e deixou cair no chão e tiro sai veio todo no meu pé e melheu o pé e saio os sangui e eu conlei tinha 12 caroso de chubo no meu pé e depois saio 2 fico 10 caroso e eu tenho elis até hojo e depois não tive mais nada e depois acabouse a brincadeira

pasamos para a vida di escola quando e tinha di 12 a 13 ano a minha Mãe pelegou com o Papai até ele por um profesor em casa para emcinar noz era 3 irmãos e tanben os vizinhos afinal tamben os vizinhos eu e o meu irmão tivemos só 7 mez na escola não precizamos di mais noz tinha qui trabahar esis 7 mez eu estudei o primeiro livro e o segundo e o terceiro e todas contas

Página 2  -  Barreiro  (município de Perdões/MG).

 

me levou para casa. Após isto, pegou o seu cavalo e foi em Perdões (distante uns 12 km) buscar um médico. O médico veio, me fez curativo e me enfaixou toda a cabeça. Em poucos dias eu não tinha mais nada. Voltando ao carreiro, ele descarregou a lenha do carro, soltou os bois e não quis mais carrear (trabalhar com carro de boi). Foi embora para São Paulo e não mais voltou.

 

Quando eu tinha de 10 a 11 anos, me lembro, eu convivia com uma turma de colegas. Nós brincávamos de carrinho de bois de sabugo (os bois eram feitos de sabugo de milho). Nós fazíamos os carrinhos e ainda ferrávamos (as rodas dos carrinhos) com tachinhas amarelas. Nós vivíamos pelas estradas, brincando. Assim foi por muito tempo. Um dia eu fiz um garruchinha (arma de fogo que funcionava com pólvora e chumbo em caroços) com o cano de um guarda-chuva. Eu matava passarinhos com ela. Um dia eu estava sentado numa madeira na casa de um vizinho enquanto um dos colegas brincava com a garrucha. Ele a deixou cair no chão, a garrucha disparou e toda a carga de chumbo veio para o meu pé. Saiu muito sangue. Depois eu contei e tinha 12 caroços de chumbo. Com o tempo 2 saíram. Mas ficaram 10 caroços, que eu os tenho até hoje (às vezes, enquanto ele contava esta história, eu ficava brincando com os caroços de chumbo que estavam no pé dele). Depois não tive mais nada. E a fase de brincadeiras terminou.

 

Passando para a vida escolar, quando eu tinha de 12 para 13 anos a minha mãe pelejou (batalhou) com o papai até colocar um professor em nossa casa para nos ensinar. Éramos 3 irmãos (dois homens e uma mulher) além dos vizinhos. Eu e meu irmão só tivemos 7 meses na escola. Não precisávamos de mais pois tínhamos de trabalhar. Nesses 7 meses de escola eu estudei o primeiro, segundo e terceiro livros. E também todas as contas matemáticas.

 

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