MOTIVAÇÃO - Abraham Maslow

Autor - Erlei Moreira

Módulo  04

 

 

C - Necessidades de Associação

 

Tendo satisfeitas as necessidades fisiológicas e de segurança, no todo ou em parte, surgem as necessidades de aceitação social, de amizade, de amor, suporte familiar, afeição e participação, ou seja, Necessidades de Associação. Segundo Maslow, esta se refere à necessidade de afeto das pessoas que consideramos (namorado, filhos, amigos). São necessidades sociais que estão presentes em todo ser humano. Neste ponto, a pessoa passa a sentir, mais intensamente do que nunca, a falta de amigos, de um namorado, de um cônjuge ou de filhos. Seu desejo de atingir tal situação será mais forte do que qualquer coisa no mundo. Para esta pessoa, a frustração dessas necessidades leva à falta de adaptação e a psicopatologias graves.

 

Essas necessidades, no campo profissional, refletem a preocupação do indivíduo com relacionamentos sociais, em aliar-se e ser recebido como membro do grupo de trabalho ou da família; estar com os outros, ter apoio, bom ambiente de trabalho, etc. Quando esta necessidade é a primeira fonte de motivação, o indivíduo valoriza trabalhos que ofereçam a oportunidade de descobrir e estabelecer relações interpessoais harmoniosas. Quaisquer funções que proporcionem relações ótimas com os colegas e coloquem o indivíduo em contato com pessoas compatíveis, certamente serão valorizadas. Isto porque suas necessidades sociais tornam-se importante fator de motivação de seu comportamento. Na verdade, as administrações das empresas sabem da existência dessas necessidades, mas, erroneamente, acham que elas representam uma certa ameaça à organização, por gerarem grupos fortes. Muitos estudos demonstram que o grupo de trabalho bastante unido e dotado de grande coesão é muito mais eficiente para a realização dos objetivos da organização do que indivíduos isolados. Entretanto, a administração, temendo a hostilidade grupal aos seus objetivos, muitas vezes, procura, com afinco, controlar e dirigir os esforços humanos em sentidos incompatíveis com a sociabilidade e a tendência grupal dos membros da equipe. Quem não conhece aquele chefe que, não conseguindo ter uma liderança forte, provoca desavenças entre os membros da sua equipe de trabalho para enfraquecê-la? Quando as necessidades sociais do indivíduo são contrariadas, ele torna-se resistente, antagônico e hostil. A partir daí, ele tende a comportar-se de maneira a impedir que os objetivos da organização também sejam atingidos. São as guerras frias organizacionais. Mas, esse comportamento é consequência e não causa. O indivíduo é um ser social. Por isso tem necessidade de sentir-se aceito e de pertencer a um grupo e de sentir afeto; de compartilhar companheirismo, relações interpessoais positivas, conforto, comunicação, de dar e receber amor.

 

 

D - Necessidades de Estima

 

Uma vez satisfeitas, no todo ou em parte, as Necessidades Fisiológicas, de Segurança e de Associação, as pessoas passam a sentir Necessidades de Estima, que são relacionadas ao seu ego. Ou seja, serem estimadas, respeitadas e valorizadas pelos outros. Passam a sentir necessidades de autoestima, de estima e promoção social, dignidade pessoal, sucesso, poder, elogio merecido, prestígio, reconhecimento, individualidade, status, amorpróprio, autoconfiança, realização, competência, conhecimento, independência, aprovação, respeito, etc.

 

Profissionalmente, reflete o interesse do indivíduo em obter um status especial no seu grupo de trabalho, ou na empresa. Como tal, reflete uma ânsia por reconhecimento e por oportunidades que lhe permitam demonstrar sua especial competência. Estas necessidades orientam-se, basicamente, no sentido de engrandecimento do ego. Até agora, este é o primeiro sistema de necessidades que se relaciona, de perto, com a natureza do trabalho e que, para satisfazê-la, a pessoa depende de aspectos do próprio trabalho. Funções que lhe permitam demonstrar aptidões em que ele se acredita competente e que lhe são importantes serão por ele aceitas como fator de satisfação de suas necessidades. A satisfação desta necessidade gera sentimentos de autoconfiança, de valor, de capacidade e sentimento de utilidade. A frustração nessa área leva o indivíduo a sentimentos de inferioridade, fraqueza e desamparo. Todas as pessoas, nesse nível, querem ser reconhecidas e respeitadas como uma pessoa competente. Em alguns casos, a satisfação dessas necessidades pode levar a pessoa a exageros, como a arrogância e o complexo de superioridade.

 

Diferentemente do que ocorre com as necessidades de nível mais baixo, as necessidades de estima são raramente satisfeitas. É que o homem procura indefinidamente mais e mais a satisfação dessas necessidades do ego, tão importantes para ele. Mas, elas não surgem de maneira significativa até que as necessidades fisiológicas, sociais e de segurança estejam razoavelmente satisfeitas. Profissionalmente falando, a empresa típica oferece poucas oportunidades de satisfação dessas necessidades egoístas para as pessoas colocadas nos níveis mais baixos da hierarquia. Os métodos convencionais de organizar o trabalho, particularmente nas indústrias de produção em massa, dão pouca consideração a esses aspectos da motivação. Se as práticas da administração científica foram preparadas com o fito específico de oposição a essas necessidades, dificilmente poderiam atingir esse propósito melhor do que o fazem.

 

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