DOMINÂNCIA CEREBRAL - Ned Herrmann

Autor - Erlei Moreira

 Módulo  02

 

 

Estas descobertas de Sperry foram confirmadas por vários outros cientistas. A partir de então, começaram as pesquisas para tentar mapear e identificar qual a porção do cérebro humano (hemisférios esquerdo e direito) era mais utilizada pela maioria das pessoas. Essas pesquisas apontaram que o nosso habitat (a família, a comunidade, o país, a educação escolar que recebemos, etc.) é o responsável pelo direcionamento de utilização dos nossos hemisférios cerebrais. Resumindo, a nossa educação, por valorizar mais a racionalidade, a matemática e o estudo de idiomas é que nos impele a que desenvolvamos muito mais o hemisfério cerebral esquerdo do que o direito. Direcionamento esse que sempre foi muito apoiado pelas empresas.

 

Há alguns anos, livros do tipo “Inteligência Emocional” ganharam o interesse de pessoas e profissionais. Passaram a mostrar que equipes de trabalho diversificadas, em termos de comportamento cerebral, poderiam ser uma fonte adicional de lucros, já que as equipes poderiam produzir mais e melhor, pois se tornavam mais competentes. Lembrando: competência é um conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes que produzem uma atuação diferenciada em cada pessoa. Como era de se esperar, esse conhecimento mexeu com as organizações, acostumadas que estavam a valorizar mais a racionalidade do que a emocionalidade.

 

Esses estudos foram se tornando cada vez mais sofisticados, até que Ned Herrmann apresentou os resultados da sua pesquisa, de que o cérebro era formado de estruturas emparelhadas, dispostas em quatro quadrantes, com as seguintes características:

 

 

As pesquisas realizadas nos últimos anos demonstraram que a direção da maioria das empresas sempre valorizou indivíduos que desenvolveram fortemente preferências para utilizar o lado esquerdo do cérebro. Como resultado disso, as organizações sempre tenderam a focar as suas atividades em áreas que são mais orientadas para o lado esquerdo do cérebro, ou seja, áreas operacionais e administrativas, burocratizáveis. Por isso, as atividades ligadas ao lado direito do cérebro são utilizadas com frequência muito menor. Como consequência, as pessoas que utilizam mais o lado direito do cérebro sempre tiveram poucas chances de progredir nessas organizações.

 

Quando uma organização foca apenas as atividades que estão mais dirigidas para o lado esquerdo, entende-se que esteja utilizando, no máximo, 50% da capacidade produtiva de suas equipes. Ao mesmo tempo, por não valorizar as funções do lado direito e ser muito burocrática, não consegue conectar-se com o mercado como um todo.

 

É a partir daí que entendemos a importância do processo criativo nas organizações, já que o mesmo tende a gerar um movimento entre os centros de pensamento intelectual e cognitivo.

 

O que podemos constatar é que, na nossa sociedade, despendemos mais tempo e trabalho com as nossas habilidades ligadas ao hemisfério esquerdo. Portanto, como já foi mencionado, a educação tradicional preocupa-se muito mais com a nossa habilidade de ler, escrever, calcular, as quais estão totalmente vinculadas ao nosso hemisfério cerebral esquerdo, ao passo que a arte, a música, a poesia, que são habilidades ligadas ao hemisfério direito, não são consideradas prioritárias ou importantes.

 

Óbvio que o indivíduo criativo não é aquele que apenas usa o lado direito do cérebro, mas, principalmente, aquele que sabe utilizar bem os dois hemisférios cerebrais. E o ideal é que as pessoas desenvolvam todos os quadrantes, apesar de terem um dominante. Nada impede que a pessoa tenha um quadrante dominante, mas desenvolva todos os seus hemisférios. É mais ou menos como o fato de as pessoas terem duas mãos e serem dominantemente canhotas ou destras. Apesar de ter uma mão dominante, é fundamental ter as duas para realizar uma série de atividades importantes.

 

Entendendo o seu estilo de comportamento mental pela sua Dominância Cerebral, você pode alcançar maior compreensão de como você aprende, toma decisões, resolve problemas e se comunica. O Questionário que você respondeu mede, portanto, preferências e não habilidades. Não é um teste de competências. Não há nenhuma resposta errada. Por isso você ganhará mais se tiver respondido `as perguntas francamente e sinceramente. Isto, sim, pode melhorar a base das suas decisões futuras.

 

Apesar de terem um estilo dominante, as pessoas mudam a todo momento, enquanto vão se adaptando às situações. Nós, raramente, passamos um dia inteiro em um só quadrante. Usado no jeito certo, estes flashes de perfis de personalidade podem nos ajudar a ser mais efetivos como colaboradores ou mesmo líderes de uma equipe. Todas as equipes precisam do comportamento de todas as Dominâncias Cerebrais e o melhor modo para montar a melhor equipe é deixar que a diversidade natural atue livremente.  A chave, portanto, é encorajar cada pessoa a fazer bem o que ela faz bem. Dar a cada pessoa o conhecimento de qual é o seu Estilo Dominante e de qual é a sua contribuição efetiva para uma equipe poder acrescentar uma nova perspectiva na formação e no desenvolvimento de grupos de trabalho. Embora seja de bom senso que uma equipe precisa de diversidade, a prática comum faz o contrário, ou seja, enfatiza a conformidade. 

 

De maneira geral, o nosso maior desafio é adaptar nosso estilo pessoal para nos relacionarmos melhor com as pessoas com quem lidamos. Por exemplo, se você considerar a pessoa com quem você melhor se relaciona ou aquele que você acha mais fácil de atrair, a possibilidade é de se que o estilo primário dessa pessoa seja semelhante ao seu. Por outro lado, aquela pessoa que você acha mais difícil de se relacionar, normalmente, é aquela cuja Dominância Cerebral é diferente da sua.

 

Portanto, o objetivo deste tema é melhorar sua habilidade para reconhecer o Estilo das pessoas com quem você lida - tanto pessoal quanto profissionalmente. Por exemplo, quando a Dominância Cerebral de uma pessoa é reconhecida, será possível modificar ou adaptar seu jeito de ser ao estilo dela, para obter a melhor comunicação possível. Este método pode não funcionar totalmente, mas oferece uma alternativa na forma como você se comunica com essa pessoa, caso não esteja sendo bem sucedido com a forma que está usando.

 

Isto posto, vale agora compreendermos as características de cada um dos tipos de Dominância Cerebral:

 

A RACIONAL,

B ORGANIZACIONAL,

C RELACIONAL e

D EXPERIMENTAL.

 

RETORNAR