MOTIVAÇÃO - V
CONTINUANDO ...
D - Necessidades de Estima
Uma vez satisfeitas, no todo ou em parte, as Necessidades
Fisiológicas, de Segurança e de Associação, as pessoas passam a
sentir Necessidades de Estima, que são relacionadas ao seu ego. Ou
seja, serem estimadas, respeitadas e valorizadas pelos outros.
Passam a sentir necessidades de auto-estima, de estima e promoção
social, dignidade pessoal, sucesso, poder, elogio merecido,
prestígio, reconhecimento, individualidade, status, amor-próprio,
autoconfiança, realização, competência, conhecimento,
independência, aprovação, respeito etc. Profissionalmente, reflete
o interesse do indivíduo em obter um status especial no seu grupo
de trabalho, ou na empresa. Como tal, reflete uma ânsia por
reconhecimentos e por oportunidades que permitam-lhe demonstrar
sua especial competência. Estas necessidades orientam-se,
basicamente, no sentido de engrandecimento do ego. Até agora, este
é o primeiro sistema de necessidades que se relaciona, de perto,
com a natureza do trabalho. E que, para satisfazê-la, a pessoa
depende de aspectos do próprio trabalho. Funções que lhe permitam
demonstrar aptidões em que ela se acredita competente e que lhe
são importantes, serão por ela aceitas como fator de satisfação de
suas necessidades. A satisfação desta necessidade gera sentimentos
de autoconfiança, de valor, de capacidade e sentimento de
utilidade. A frustração nessa área leva o indivíduo a sentimentos
de inferioridade, fraqueza e desamparo. Todas as pessoas, nesse
nível, querem ser reconhecidas e respeitadas como uma pessoa
competente. Em alguns casos, a satisfação dessas necessidades pode
levar a pessoa a exageros como a arrogância e o complexo de
superioridade.
Diversamente do que ocorre com as necessidades de nível mais
baixo, as necessidades de estima são raramente satisfeitas. É que
o homem procura indefinidamente mais e mais a satisfação dessas
necessidades do ego, tão importantes para ele. Mas elas não surgem
de maneira significativa até que as necessidades fisiológicas,
sociais e de segurança estejam razoavelmente satisfeitas.
Profissionalmente falando, a empresa tradicional oferece poucas
oportunidades de satisfação dessas necessidades egoístas para as
pessoas colocadas nos níveis mais baixos da hierarquia. Os métodos
convencionais de organizar o trabalho, particularmente nas
indústrias de produção em massa, dão pouca consideração a esses
aspectos da motivação. Se as práticas da Administração Científica,
geradas por Taylor e outros, foram preparadas com o fito
específico de oposição a essas necessidades, dificilmente poderiam
atingir esse propósito melhor do que o fazem até hoje.
E - Necessidades de Auto-Realização
São as Necessidades oriundas de um ser humano efetivo, criativo e
maduro. Refletem a preocupação da pessoa em testar seu próprio
potencial através de oportunidades desafiantes e criativas. A
natureza do trabalho é particularmente crítica para tal sistema de
necessidades, uma vez que, para satisfazer esta fonte de motivação
e mantê-la continuamente em vigor, o indivíduo carece de grande
dose de desafios, de autonomia na função. Liberdade de expressão e
oportunidade de realizar experiências. Com efeito, quando este
sistema é dominante, o indivíduo é motivado a canalizar para o
trabalho suas aptidões mais criativas e construtivas. As
necessidades de auto-realização são, fundamentalmente,
necessidades de crescimento e revelam uma tendência de todo ser
humano em realizar plenamente o seu potencial. Segundo Maslow,
essa tendência pode ser expressa como o desejo de a pessoa
tornar-se sempre mais do que é e de vir a ser tudo o que pode ser.
O aparecimento desta necessidade supõe que as anteriores estejam
satisfeitas ou razoavelmente satisfeitas. Diferentemente das
necessidades anteriores, a necessidade de auto-realização não se
extingue pela plena saciação. Quanto maior for a satisfação
experimentada pelas pessoas, tanto maior e mais importante
parecerão essas necessidades.
CONTINUA ...
Erlei Moreira
Engenheiro,
Professor,
Consultor e
Escritor.
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