MOTIVAÇÃO - IV
CONTINUANDO ...
B - Necessidades de Segurança
As pessoas têm necessidades de segurança quando precisam de
proteção contra o perigo, a ameaça, a privação. Surgem na medida
em que as necessidades fisiológicas estejam razoavelmente
satisfeitas. Levam a pessoa a proteger-se de qualquer perigo, seja
ele real ou imaginário, físico ou abstrato. Assim como na
necessidade fisiológica, o organismo pode ser fortemente dominado
por tal necessidade, que passa a dirigir e a determinar a direção
do comportamento da pessoa. Esta necessidade envolve a
estabilidade básica que o ser humano deseja ter. Por exemplo,
segurança física (contra a violência), segurança de recursos
financeiros, segurança da família, plano de saúde, seguro de vida,
aposentadoria etc. São necessidades de estar livre do perigo
físico e do medo da perda do emprego, do abrigo, da
sustentabilidade, etc.
No lado profissional, este sistema de necessidades reflete uma
preocupação da pessoa com a segurança atual e futura. Há uma
necessidade de ordem e da certeza de que o emprego é firme e não
está sujeito a mudanças drásticas. Além disso, há grande interesse
por benefícios de natureza protetora, tais como planos de saúde,
seguro de vida, planos de aposentadoria, etc. Indivíduos
primordialmente motivados por este tipo de necessidade, são
aqueles que, antes de mais nada, visualizam o trabalho como uma
defesa contra privações e em favor da condição de satisfazer as
necessidades básicas de conforto humano. Também este sistema de
necessidades envolve assuntos que não têm relação direta com a
natureza do trabalho em si, sendo satisfatório qualquer tipo de
emprego que proporcione segurança, ordem e proteção a longo prazo.
Não é preciso frisar que as necessidades de segurança podem ter
grande importância na empresa, pois é claro que todo empregado
está em relação de dependência. Ações administrativas arbitrárias,
comportamentos que provoquem incerteza no empregado com respeito à
sua permanência no emprego podem provocar instabilidade na
produtividade da pessoa. Também as ações que reflitam favoritismo
ou discriminação, bem como política administrativa imprevisível,
podem ser poderosos motivadores de necessidade de segurança nas
relações de emprego em todos os níveis, do operário ao
vice-presidente.
C - Necessidades de Associação
Tendo satisfeitas as Necessidades Fisiológicas e de Segurança, no
todo ou em parte, surgem as necessidades de aceitação social, de
amizade, de amor, suporte familiar, afeição e participação, ou
seja, Necessidades de Associação. Segundo Maslow, esta se refere à
necessidade de afeto das pessoas que consideramos (namorado,
filhos, amigos). São necessidades sociais, que estão presentes em
todo ser humano. Neste ponto a pessoa passa a sentir, mais
intensamente do que nunca, a falta de amigos, de um namorado, de
um cônjuge ou de filhos. Seu desejo de atingir tal situação será
mais forte do que qualquer coisa no mundo. Para esta pessoa, a
frustração dessas necessidades leva à falta de adaptação e a
psicopatologias graves.
Essas necessidades refletem a preocupação do indivíduo com
relacionamentos sociais, em aliar-se e ser recebido como membro do
grupo de trabalho ou da família. Estar com os outros, ter apoio,
bom ambiente de trabalho, etc. Quando esta necessidade é a
primeira fonte de motivação, o indivíduo valoriza trabalhos que
ofereçam a oportunidade de descobrir e estabelecer relações
interpessoais harmoniosas. Quaisquer funções que proporcionem
relações ótimas com os colegas e coloquem o indivíduo em contato
com pessoas compatíveis, certamente serão valorizadas. Isto porque
suas necessidades sociais tornam-se importante fator de motivação
de seu comportamento.
Na verdade, as administrações das empresas sabem da existência
dessas necessidades, mas, erroneamente, acham que elas representam
uma certa ameaça à organização por gerarem grupos fortes. Muitos
estudos demonstram que o grupo de trabalho bastante unido e dotado
de grande coesão é muito mais eficiente para a realização dos
objetivos da organização do que indivíduos isolados. Entretanto, a
administração, temendo a hostilidade grupal aos seus objetivos,
muitas vezes procura, com afinco, controlar e dirigir os esforços
humanos em sentidos incompatíveis com a sociabilidade e a
tendência grupal dos membros da equipe. Quem não conhece aquele
chefe que, não conseguindo ter uma liderança forte, provoca
desavenças entre os membros da sua equipe de trabalho para
enfraquecê-la e, assim, conseguir comandar? Quando as necessidades
sociais do indivíduo são contrariadas ele torna-se resistente,
antagônico e hostil. A partir daí ele tende a comportar-se de
maneira a impedir que os objetivos da organização também sejam
atingidos. São as guerras frias organizacionais. Mas esse
comportamento é conseqüência e não causa. O indivíduo é um ser
social. Por isso tem necessidade de sentir-se aceito e de
pertencer a um grupo e de sentir afeto. De compartilhar
companheirismo, relações interpesssoais positivas, conforto,
comunicação, de dar e receber amor.
CONTINUA ...
Erlei Moreira
Engenheiro,
Professor,
Consultor e
Escritor.
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