A ATIVIDADE GERENCIAL

E A TOMADA DE DECISÕES - II

 

 

CONTINUANDO ...

 

Outras vezes, a situação se agrava e, quanto mais cedo for tomada a decisão, melhor. Lembrando que a falta de tomada de uma providência em tempo hábil é o mesmo que nada fazer. Mesmo quando for possível chegar a uma decisão no momento ideal, o gerente deve estabelecer um prazo para adotar uma solução definitiva. Caso contrário, o assunto será decidido por omissão. (Etapa 2 do Método Cartesiano)

 

Obter todas as informações pertinentes

 

Pode haver casos em que não há informações disponíveis (ou tempo para obtê-Ias). Entretanto, se o gerente empenhar-se de maneira decidida, poderá ficar sabendo de uma quantidade surpreendente de fatos. Naturalmente é indispensável que o gerente observe as facetas do problema baseando-se em todos os recursos que pessoalmente dispõe. Em seguida, ele deve consultar todas as informações impressas existentes na organização e, se for necessário, disponíveis fora dela. Finalmente, quando o problema envolve pessoas, ele deve lembrar-se de levar em conta a individualidade de cada interessado.

 

Deve reunir todas as informações, e não apenas aquelas que levem à conclusão que ele espera. Em resumo, não usar todas as provas se isso não for necessário, nem aceitar quaisquer informações baseadas em seu valor aparente. Verificar até que ponto são corretas e merecedoras de confiança. Organizar os dados de modo que tenham sentido. Às vezes é útil registrar as estatísticas em forma de gráfico ou mapa, pois isso facilita a observação de tendências que de outra forma passariam despercebidas. (Etapa 3 do Método Cartesiano)

 

Examinar todas as soluções possíveis

 

A maioria dos problemas pode ser resolvida de diversas maneiras. Por isso, a chegada à conclusão mais acertada exige o conhecimento e o exame das alternativas. Para isso pode ser preciso muita habilidade e imaginação. O gerente não deve fazer economia de lápis e anotar toda possibilidade que lhe vier à mente (ou sugerida pelas pessoas que ele consultar). Se ele não lançar logo no papel o que acaba de pensar, poderá esquecer uma idéia aproveitável.

 

Reduzir a quantidade de opções para serem melhor examinadas, limitando imediatamente as soluções desinteressantes é interessante. Se uma alternativa for visivelmente inaplicável, mas apresenta critérios valiosos, deve ver se consegue conjugá-Ia com outras alternativas mais práticas.

 

Considerar provisória a lista de possibilidades enquanto estiver procurando obter novas idéias, explicações ou soluções. Dormir sobre um problema às vezes facilita sua boa solução. Entretanto, ele precisa saber quando convém o exame do problema. Às vezes a solução é tão boa quanto qualquer outra que possa ser encontrada e a procura de uma melhor seria perda de tempo. (Etapas 4, 5, 6, 7 e 8 do Método Cartesiano).

 

Escolher a melhor solução possível

 

Toda solução deve ser analisada levando-se em conta seu custo e os benefícios esperados. As vantagens proporcionadas por uma solução talvez não compensem seu custo, não somente em tempo e dinheiro a serem despendidos, mas também em relação a fatores menos tangíveis, como o moral dos funcionários.

 

Também pode ocorrer que a solução aparentemente ideal para o problema em estudo seja capaz de criar problemas em outras áreas.

 

Ao analisar os fatores relacionados com a decisão a tomar, deve ser tão específico quanto possível. Pode-se tabulá-Ios numericamente. Por exemplo, digamos que se esteja às voltas com a escolha, entre dois funcionários, daquele que deverá ser promovido para ocupar uma vaga aberta no departamento. Ambos são bons funcionários, mas de maneiras diferentes. Qual será o promovido?

 

Então o gerente pode resolver julgar ambos com base em três fatores importantes: capacidade, senso de responsabilidade e qualidade potencial de liderança. Estabelece-se uma escala de pontos que vai até no máximo até 5. Por exemplo, o julgamento pode dar o seguinte resultado:

 

Funcionárib 1 - Capacidade = 5; Responsabilidade = 5; Liderança = 2  -  Total 1 = 12

 

Funcionário 2 - Capacidade = 4; Responsabilidade = 5; Liderança = 5  -  Total 2 = 14  

 

Vemos acima que Funcionário 2 obteve maior número de pontos e, conseqüentemente, é ele quem dever ser promovido.

 

Não se deve esquecer, porém, que adotando este método, o mapa do gerente tem de incluir tudo o que interessa. Suponha, por exemplo, que o cargo a ser ocupado inclui a tarefa de vender, atividade para a qual é importante a habilidade para comunicar. O esquecimento deste requisito inutilizaria toda a avaliação. Deve-se ter, pois, o cuidado de incluir todos os fatores importantes. (Etapas 4, 5, 6, 7, 8 e 9 do Método Cartesiano).

 

Executar a decisão

 

A tomada de uma decisão não termina quando se chega à conclusão teoricamente melhor. Para a eficiência ser avaliada, a decisão precisa ser posta em prática.

 

Se não forem obtidos os resultados desejados, ela precisa ser corrigida para tornar possível a separação das dificuldades. Se o problema continua sem solução, deve-se voltar a examinar as outras alternativas para verificar se uma delas é mais capaz de produzir efeito. Se o novo exame do assunto não mostrar melhor solução para o problema, isto pode indicar que foi mal definido. Talvez tenha-se chegado a uma conclusão errada em virtude de ter-se procurado resolver o problema baseado num aspecto secundário, sem levar em conta outro mais importante.

 

Nunca esquecer de comunicar sua decisão a todos os interessados deve ser uma atitude de lealdade do gerente. Informar qual é o problema, definir o objetivo em vista e explicar qual é a providência que se recomenda. Se ele pretende obter o apoio dos seus funcionários para a decisão que tomou, ele precisa fazer com que a compreendam, porque eles é que irão esforçar-se para que os resultados sejam bons. (Etapa 10 do Método Cartesiano).

 

CONTINUA ...

 

Erlei Moreira

Engenheiro, Professor,

Consultor e Escritor.

 

 

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