A ATIVIDADE GERENCIAL

E A TOMADA DE DECISÕES - I

 

 

A tomada de decisões é a escolha conscienciosa de uma linha de ação entre duas ou mais alternativas. É uma técnica que o gerente precisa utilizar constantemente.

 

Um gerente, no exercício de suas funções, tem que tomar algumas decisões, tais como: admitir funcionários, fazer pedidos de materiais, programar os serviços a serem executados, etc. Com respeito a cada uma destas atividades, o gerente tem de tomar uma decisão. Na verdade, é difícil descobrir uma atividade gerencial que não exija tomada de decisões.

 

As decisões variam tanto em relação ao problema como em relação à sua importância, porém, basicamente, todas seguem o método cartesiano de tomada de decisões:

 

1) Verificar se o problema é real.

 

2) Verificar se não há aspecto duvidoso.

 

3) Dividir o problema no maior número de partes possível (etapas).

 

4) Elaborar alternativas de solução para cada uma das partes / etapas.

 

5) Ordenar as partes / etapas.

 

6) Verificar a interdependência entre cada uma das partes / etapas.

 

7) Harmonizar as possíveis soluções parciais.

 

8) Agrupar as soluções parciais.

 

9) Elaborar a solução final.

 

10) Implementar a solução final.

 

É muito comum serem identificados os efeitos em lugar da causa do problema. Em certos casos, os problemas são bem definidos, mas o gerente não tem autoridade suficiente para tomar as decisões exigidas. Muitas vezes o verdadeiro problema só é descoberto depois da obtenção de todas as informações necessárias. E, neste caso, o gerente terá que fazer uma análise do problema à parte, para depois tomar as decisões.

 

É importante que essas informações sejam registradas por escrito, caso contrário, elas podem ser esquecidas ou interpretadas erradamente ao ser dado o passo seguinte do processo de tomada de decisões, que consiste em elucidar e analisar os fatos. Após analisar todas as informações obtidas e as soluções alternativas, o gerente deve escolher a mais apropriada e tomar definitivamente a decisão.

 

A habilidade para resolver problemas por meio de decisões acertadas é a pedra de toque do bom profissional. Ele precisa saber comparar linhas alternativas de ação, prever os resultados que cada uma é capaz de produzir e, feito o balanço, decidir qual deve ser seguida.

 

Ao enfrentar um problema o gerente deve evitar, em primeiro lugar, toda e qualquer ação precipitada. Deve encarar o problema com realismo - avaliar a seriedade dele e comparar o prejuízo que ele causa com o custo do tempo e do trabalho exigidos para ser resolvido.

 

Entretanto, sempre haverá problemas que precisarão ser atacados com firmeza e tomadas as providências a respeito. Alguns serão resolvidos com rapidez e pouco estudo, outros exigirão exame profundo para que seja possível apenas vislumbrar um começo de solução.

 

Uma boa maneira de um gerente começar a tomar decisões mais acertadas é livrar-se de todas as idéias erradas que tiver sobre o processo de tomada de decisões em geral.

 

Outro hábito comum em tomada de decisões é supor que a solução que resolveu bem um problema anterior deve ser igualmente adequada para um novo problema, apesar das diferenças fundamentais existentes entre os dois. Em tomada de decisões a flexibilidade é um fator importante.

 

Além disso, há os que pensam que é melhor não tomar decisões do que correr o risco de decidir mal. O gerente deve ter bastante confiança no seu desempenho geral para não ter receio de enfrentar a possibilidade de tomar uma decisão que não vá dar resultado satisfatório. Além disso, deve rapidamente procurar corrigir o erro ao invés de acobertá-Io. O bom gerente aceita a idéia de perder algumas batalhas, contanto que ganhe a guerra.

 

Alguns têm o hábito de resolver problemas adotando a primeira solução que lhes vem à cabeça. De acordo com a sua intuição, este lhes parece o caminho certo. Se der bom resultado, ótimo, porém, o talento deste tipo de profissional é raro e a maioria dos gerentes obterá uma média de gols melhor dando-se ao trabalho de estudar soluções alternativas para todo problema ou, pelo menos, de tentar melhorar a primeira solução. Muitas vezes pode ser útil consultar outros gerentes ou diretores, desde que o gerente não o faça para transferir a responsabilidade por uma decisão que ele, indiscutivelmente, é que deve tomar.

 

A consulta, entretanto, oferece riscos. Se a solução proposta pelo consulente sofrer objeção violenta, o gerente pode ficar receoso de aplicá-Ia, mesmo que não tenha coisa melhor a fazer. Mas, se for acolhida com entusiasmo, a capacidade de julgar do gerente pode ficar tão prejudicada que ele acaba deixando de perceber que a solução tem sérios inconvenientes. As opiniões dos outros podem ajudar, mas, precisam ser cuidadosamente analisadas.

 

Para solucionar-se acertadamente qualquer problema é necessária uma série de ações especificas. Quanto mais experiência o gerente tiver em tomá-Ias, mais automático será seu seguimento. Basicamente as ações recomendadas são as seguintes: 

 

Identificar com exatidão o problema a ser solucionado

 

Uma definição correta do problema é meio caminho andado. Se não for dado este passo decisivo, a solução poderá ser apropriada para um problema que não existe ou capaz de criar problemas mais graves no futuro. Nessa etapa é essencial distinguir muito bem o que representam sintomas e qual é o verdadeiro problema. (Etapas 1 e 2 do Método Cartesiano).

 

Determinar o momento mais oportuno para tomar a decisão

 

Não existem situações estáticas. O tempo e os acontecimentos podem alterar profundamente um problema. Algumas vezes o problema se atenua, caso em que a solução imediata seria prematura.

 

CONTINUA ...

 

Erlei Moreira

Engenheiro, Professor,

Consultor e Escritor.

 

 

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