DOMINÂNCIA CEREBRAL – III

 

 

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Há alguns anos, livros do tipo “Inteligência Emocional” ganharam o interesse de pessoas e profissionais. Passaram a mostrar que equipes de trabalho diversificadas em termos de comportamento cerebral poderia ser uma fonte adicional de lucros já que as equipes poderiam produzir mais e melhor pois se tornavam mais competentes. Lembrando, competência é um conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes que produzem uma atuação diferenciada em cada pessoa. Como era de se esperar, esse conhecimento mexeu com as organizações, acostumadas que estavam a valorizar mais a racionalidade do que a emocionalidade.

 

Os estudos sobre a Dominância Cerebral, que deram origem à idéia da Inteligência Emocional, foram se tornando cada vez mais sofisticados até que Ned Herrmann apresentou os resultados da sua pesquisa, onde dizia que o cérebro era formado de estruturas emparelhadas, dispostas em quatro quadrantes, com as seguintes características:

 

 

As pesquisas realizadas nos últimos anos mostraram que a Direção da maioria das empresas sempre valorizou indivíduos que desenvolveram fortemente preferências para utilizar o lado esquerdo do cérebro. Como resultado disto, as organizações sempre tenderam a focar as suas atividades em áreas que são mais orientadas para o lado esquerdo do cérebro, ou seja, áreas operacionais e administrativas, burocratizáveis. Por isto, as atividades ligadas ao lado direito do cérebro são utilizadas com freqüência muito menor. Como conseqüência, as pessoas que utilizam mais o lado direito do cérebro sempre tiveram poucas chances de progredir nessas organizações.

 

Quando uma organização foca apenas as atividades que estão mais dirigidas para o lado esquerdo entende-se que estão utilizando, no máximo, 50% da capacidade produtiva de suas equipes. Ao mesmo tempo, por não valorizarem as funções do lado direito e serem muito burocráticas, não conseguem conectar-se com o mercado como um todo.

 

É a partir daí que entendemos a importância do processo criativo nas organizações, já que o mesmo tende a gerar um movimento entre os centros de pensamento intelectual e cognitivo.

 

O que podemos constatar é que na nossa sociedade despendemos mais tempo e trabalho com as nossas habilidades ligadas ao hemisfério esquerdo. Portanto, como já foi mencionado, a educação tradicional preocupa-se muito mais com a nossa habilidade de ler, escrever, calcular, as quais estão totalmente vinculadas ao nosso hemisfério cerebral esquerdo; ao passo que a arte, a música, a poesia, que são habilidades ligadas ao hemisfério direito não são consideradas prioritárias ou importantes.

 

Óbvio que o individuo criativo não é aquele que apenas usa o lado direito do cérebro, mas principalmente aquele que sabe utilizar bem os dois hemisférios cerebrais. E o ideal é que as pessoas desenvolvam todos os quadrantes apesar de terem um dominante. Nada impede que a pessoa tenha um quadrante dominante mas que desenvolva todos os outros quadrantes. É mais ou menos como as pessoas terem duas mãos e serem pessoas dominantemente canhotas e destras. Apesar de ter uma mão dominante é fundamental ter as duas para realizar uma série de atividades importantes.

 

Entendendo o seu estilo de comportamento mental pela sua Dominância Cerebral, você pode alcançar maior compreensão de como você aprende, toma decisões, resolve problemas e se comunica. Este questionário que você respondeu mede, portanto, preferências e não habilidades. Não é um teste de competências. Não há nenhuma resposta errada. Por isso você ganhará mais se tiver respondido as perguntas com franqueza e sinceridade. Isto, sim, pode melhorar a base das suas decisões.

 

Apesar de terem um estilo dominante, as pessoas mudam a todo momento, enquanto vão se adaptando às situações. Nós raramente passamos um dia inteiro em um só quadrante. Usado no jeito certo, estes flashs de perfis de personalidade podem nos ajudar a ser mais efetivos como colaboradores ou mesmo líderes de uma equipe. Todas as equipes precisam do comportamento de todas as Dominâncias Cerebrais e o melhor modo para montar a melhor equipe é deixar que a diversidade natural atue livremente. A chave, portanto, é encorajar cada pessoa a fazer bem o que ela faz bem. Dar a cada pessoa o conhecimento de qual é o seu Estilo Dominante e de qual é a sua contribuição efetiva para uma equipe pode acrescentar uma nova perspectiva na formação e desenvolvimento de grupos de trabalho.

 

Embora seja de bom senso que uma equipe precisa de diversidade, a prática comum faz o contrário, ou seja, enfatiza a conformidade. 

 

Isto posto, vale agora compreendermos as características de cada um dos tipos de Dominância Cerebral:

 

A – RACIONAL,

B – ORGANIZACIONAL,

C – RELACIONAL e

D – EXPERIMENTAL.

 

CONTINUA ...

 

Erlei Moreira

Engenheiro, Professor,

Consultor e Escritor.

 

 

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