VERDADES
COM AMOR! – II
O
relacionamento entre as pessoas e o grupo será tanto mais
frutífero quanto maior for a eficácia do processo de comunicação
entre elas. Numa empresa, para que essa comunicação possa
processar-se de maneira efetiva, é indispensável que os membros da
equipe consigam alcançar e preservar um alto nível de confiança
entre eles.
Podemos
aprender a confiar mais nos outros e a ajudar os outros a
aprenderem a confiar mais em nós. De certa forma, somos
responsáveis pela pouca confiança ou mesmo pela desconfiança que
os outros possam ter sobre nós.
A confiança é
um processo voluntário das partes, de movimento constante, podendo
variar desde a mais completa comunhão até a rejeição total,
evoluindo ou regredindo, segundo a intensidade e ritmo próprio de
cada relação interpessoal.
A comunicação
genuína depende fundamentalmente do nível de confiança existente
na relação entre as pessoas e da competência de cada um em dar e
receber feedback. A palavra feedback, traduzida do
inglês, significa “realimentação”. Toda vez que digo a uma pessoa
algo sobre ela própria, que ela desconhece, estou-lhe oferecendo
um feedback. Toda vez que alguém nos diz algo sobre nós
mesmos, que desconhecemos, estamos recebendo um feedback.
Para ser eficaz, útil e construtivo o feedback deve ser:
APLICÁVEL
Ao dar um
feedback certifique-se que ele se refere a um comportamento
que possa ser modificado mediante o reconhecimento do ponto fraco.
NEUTRO
Isente-se de
censura, reprovação ou avaliações negativas. Limite-se aos fatos,
evitando interpretações pessoais. Para ser eficaz o feedback
deve ser depurado de componentes tais como opiniões,
interpretações ou julgamentos de valor.
ESPECÍFICO
Não
generalize, pois o conteúdo da mensagem se torna vago e perde sua
força e significado.
OPORTUNO
Saiba
quando oferecer um feedback. Isso é tão importante
quanto saber como fazê-lo. Faça-o de imediato ou o mais
próximo possível da ocorrência da questão.
DIRETO
Não mande
recados por terceiros. Dê o feedback você mesmo diretamente
à pessoa envolvida.
OBJETIVO
Assegure
clareza da mensagem, foco no problema ou na questão. Dispense os
rodeios ou as evasivas.
O feedback
pode ser analisado sob duas dimensões básicas, a do
conteúdo (o que
se diz) e a da forma
(como se
diz). Do ponto de vista do seu conteúdo, há duas possibilidades de
classificação: Verdade
ou Mentira. A
verdade, nesse caso, é representada pela subjetividade, ou seja,
aquilo que o emissor acredita como sendo a “sua verdade” - genuína
e honestamente. Já quanto à forma, o feedback pode ser
classificado segundo a motivação do emissor. Do ponto de vista da
sua intenção, ele pode ser motivado por
Amor ou
Desamor. Aqui,
Amor significa respeito genuíno pela dignidade do outro e
sentimento de responsabilidade pelo seu bem estar e crescimento.
Verdade com Amor
Esta é a forma
ideal de comunicação, mas, infelizmente, a de menor ocorrência. O
conteúdo das mensagens trocadas aqui é autêntico, íntegro.
Pressupõe o crescimento das pessoas e o fortalecimento das
relações.
Mentira com Amor
Ocorre com
muita freqüência nas relações. As pessoas envolvidas não dizem
realmente o que pensam e nem revelam o que sentem. A omissão é
muito usada. O relacionamento não se faz transparente. Aos poucos
cada um sentirá necessidade de procurar o feedback de
outras pessoas que sinta maior sinceridade.
Verdade com Desamor
O conteúdo é a
verdade e a motivação é o desamor. É freqüente, principalmente nas
relações de trabalho onde existe um ambiente de constante
competição. Intensifica-se a rejeição até o rompimento. Muitas
vezes não se manifesta de forma grosseira, mas em polidez. A
acidez está no fundo. A alfinetada está escondida num sorriso de
terna censura.
Mentira com Desamor
É o mais
destrutivo de todos os binômios. Aqui vale tudo: altera-se os
fatos, muda-se a ênfase, acrescenta-se dados. Vale mentir, blefar,
caluniar, desde que destrua o outro!
Boas reflexões!
Erlei Moreira
Engenheiro,
Professor,
Consultor e
Escritor.
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