PROCESSOS PRODUTIVOS

 

Na gestão empresarial, a palavra processo nada tem a ver com o Poder Judiciário. Este conceito do mundo das empresas tem relação com o conjunto de atividades operacionais que, agrupadas, permitem que a empresa possa produzir bens ou serviços com a máxima eficácia. Então, encontrar e formatar os melhores procedimentos produtivos é o caminho mais adequado para revitalizar a empresa porque permite a esta produzir com segurança e qualidade.

 

A velocidade com que ocorrem as mudanças do mercado hoje e, conseqüentemente, as mudanças de estratégia das empresas, obrigam a que estas tenham que ser cada vez mais flexíveis, leves e ágeis. Mas as mudanças e a capacidade de adaptação não podem ser confundidas com superficialidade, como se fosse um desvio de rota ou falta de padrões de comportamento.

 

Assim, definir corretamente os processos é sinônimo de estabelecer uma seqüência lógica de atividades que sejam capazes de atender às necessidades de produção de um determinado bem ou serviço. Trata-se, portanto, de encontrar o melhor encadeamento dessas ações produtivas que possam dar à empresa um padrão de excelência, sem burocratizá-la.

 

Por isso, leva-se em conta a formatação do negócio quando se pensa em mudar estratégias. Processos bem desenhados e formatados podem, ao contrário do que dizem as “lendas urbanas”, permitir ajustes e dar agilidade. Resumindo: flexibilidade é importante, mas com processos bem definidos. Sem eles a empresa perde a sua própria referência.

 

À primeira vista, parece haver um choque entre flexibilização e formatação, mas não é essa a verdade. Formatar processos não é escrever “o que se faz hoje e como se faz”. Isto seria um simples registro da realidade, com seus erros estratégicos, vícios culturais e desperdícios. A formatação deve se iniciar por outro ponto: o desenho dos melhores processos possíveis, da melhor seqüência produtiva. Durante o trabalho de desenho dos procedimentos produtivos, a empresa deve passar por uma verdadeira varredura sobre o que é feito, como, onde, quando e, principalmente, por que é feita cada uma das suas atividades produtivas.

 

Nesse momento de análise dos procedimentos deve prevalecer a visão estratégica, sem dogmas ou reservas de poder, que deve estar uníssona com o foco da empresa. As atividades devem ser desenhadas em forma de fluxos antes de se iniciar a elaboração dos manuais operacionais. Assim, fica fácil a análise das possíveis melhorias que poderão ser implantadas, os desperdícios que podem ser eliminados, além da melhoria de qualidade que é possível conseguir pela visão de “atender bem os clientes”.

 

Somente quando cada passo estiver bem definido, ou seja, quando os fluxos ganharem um desenho final, é que deve-se iniciar a formatação. Além de tornar-se um trabalho muito mais simples e rápido, a formatação estará impulsionando e dando forma à implantação de todas as melhorias. O passo seguinte é a adequação da estrutura de pessoal aos novos padrões, para que se obtenha o máximo de eficácia.

 

Com a formatação pronta, é possível fazer mudanças mais ágeis nos desenhos dos fluxos dos processos reescrevendo-se manuais, se for o caso, e alterando definições. Tudo muito rápido e bem amarrado garantindo que os procedimentos tenham flexibilidade e estejam de acordo com a estratégia, as atividades, os indicadores de desempenho e a estrutura de pessoal. No fim das contas, tudo isso tem a ver com a melhoria nos resultados operacionais. Este é um caminho que qualquer empresa que queira ser dinamicamente competitiva, com baixos custos, deveria percorrer!

 

Erlei Moreira

Engenheiro, Professor,

Consultor e Escritor.

 

 

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