O PAPEL E AS
FUNÇÕES DE UM LÍDER
Liderança é a
atividade que leva a influenciar as pessoas para que tenham
disposição para lutar por objetivos grupais. Esta e muitas outras
definições são o fruto de pesquisas realizadas nas ciências
sociais que, aos poucos, vão permitindo o estudo da liderança como
um fenômeno de grupo. Durante alguns anos os estudos sobre
liderança se concentraram em qualidades pessoais intrínsecas que
levavam os indivíduos a serem líderes em qualquer situação. Isso
levava a crer que, se pudéssemos descobrir um meio de identificar
e medir essas tais qualidades de liderança, seríamos capazes de
separar os líderes dos não-líderes. Outra conclusão que se poderia
tirar daí é que se tratavam de qualidades que nascem com o
indivíduo.
Hoje, porém,
estudos mais recentes mostram que a liderança é um processo
dinâmico, ou que varia de situação para situação. Ela é um
comportamento, uma atitude observável e aprendida. Ao contrário do
que muitos pensam, não é um comportamento que nasceu com o
indivíduo. Ninguém nasce sabendo liderar. A ênfase desses estudos
recai no comportamento do líder e dos membros do grupo, dependendo
do ambiente e da situação em que se encontram.
Desta forma,
podemos melhorar a definição dada acima sobre o que vem a ser
líder: “É o indivíduo que se DESTACA em um grupo, numa determinada
situação, INFLUENCIANDO este grupo através do processo de
COMUNICAÇÃO a atingir OBJETIVOS definidos”.
Nesta
definição algumas palavras estão destacadas, pois são elementos
fundamentais para ocorrer liderança. Caso um destes elementos não
exista, não haverá liderança.
Um exame das
funções exercidas pelos líderes leva-nos ao cerne de algumas
interessantes questões sobre a liderança. Também nos ajuda a
distinguir os muitos tipos de líderes. Eles se diferem de forma
impressionante na qualidade do desempenho de várias funções. Os
nove encargos que se seguem são as suas mais significativas
funções:
Predefinir
objetivos -
Os líderes
desempenham a função de estabelecer metas em diversos sentidos.
Alguns estabelecem uma visão daquilo que o grupo pode ser, em sua
melhor forma. Outros nos orientam às soluções de nossos problemas.
Devem ser capazes de definir objetivos abrangentes que unirão os
diversos setores da organização.
Consolidar
valores -
Em qualquer
equipe sadia e razoavelmente coerente as pessoas adquirem pontos
de vista comuns com respeito a certo e errado, melhor e pior,
legais ou ilegais etc. Os líderes devem ajudar a revitalizar essas
crenças e valores compartilhados.
Motivar -
Os
líderes não criam motivação do nada. Eles liberam ou canalizam
motivos existentes. Qualquer grupo tem um grande emaranhado de
motivos. Os líderes eficazes estimulam aqueles que servem aos
propósitos da ação coletiva na busca de objetivos comuns.
Conseguem alinhar objetivos individuais e grupais. Intervêm nas
circunstâncias que com mais freqüência levam a um alto desempenho.
Promover o
desenvolvimento dos membros do grupo
- Capacitar ou tornar os membros eficientes dando-lhes mais força
e ajudando-os a se desenvolver, ao contrário da antiga tendência
de dominar ou diminuir os integrantes. Isso exige uma grande
variedade de ações por parte dos líderes. Por exemplo:
compartilhar informações, dividir poder delegando iniciativa e
responsabilidade, remover barreiras para liberarem talentos
individuais, resolver os conflitos que paralisam a ação do grupo
etc.
Administrar
- A
maior parte dos administradores exibe algumas habilidades de
liderança, e a maior parte dos líderes ocasionalmente se vê
administrando. Liderança e administração não são a mesma coisa,
mas elas se sobrepõem. Faz sentido incluir funções administrativas
na lista dos encargos que os líderes devem cumprir, como por
exemplo: planejar e fixar prioridades, fazer a manutenção do
sistema em funcionamento, preparar agendas e tomar decisões. E
ainda exercer julgamento político para impedir que conflitos de
interesses secundários bloqueiem o progresso em direção a
objetivos básicos.
Unificar -
Os
líderes precisam enfrentar a fragmentação da organização em grupos
que têm grandes dificuldades para compreender uns aos outros, ou
para chegar a um acordo sobre objetivos comuns. Essa fragmentação
tem raízes na especialização exagerada dos profissionais e na
habilidade com que os setores se organizam para promover seus
interesses. Os conflitos são, portanto, inevitáveis. A disposição
para travar batalhas, quando necessário, é uma condição sine
qua non do líder. Mas a maioria deles luta para reduzir
conflitos, em vez de aumentá-los. Isso porque, uma certa dose de
coesão e de tolerância mútua é uma exigência absoluta do
funcionamento da organização. Quando houver conflito de
interesses, o melhor é discernir a possibilidade de objetivos
comuns e dirigir os membros para esses objetivos.
Explicar -
Explicar parece coisa muito insignificante para figurar numa lista
de encargos da liderança, mas qualquer líder reconhece sua
importância. As pessoas querem saber qual é o problema, por que
lhes está sendo solicitado que façam certas coisas e por que têm
de enfrentar tantas frustrações. A função de explicar é tão
importante que alguns, que a desempenham excepcionalmente bem,
desempenham igualmente um papel de liderança, mesmo que não sejam
líderes no sentido convencional. Ensinar e liderar são ocupações
perfeitamente diferenciáveis, mas todo grande líder está, é
evidente, ensinando. E todo grande mestre está liderando.
Representar
o Grupo -
Representar o
grupo em suas tratativas com terceiros é um encargo substancial da
liderança. A necessidade de interdependência de equipes é vital
para a sobrevivência da organização. Potencialmente, todos os
líderes, em todos os níveis, devem tratar com sistemas externos
àqueles em que eles próprios estão envolvidos. Devem exercer
funções de representação e negociação, de defesa da integridade e
de relações públicas. Na medida em que um indivíduo sobe nas
fileiras da liderança, aumentam essas obrigações.
Renovar -
Alguns líderes conduzem seu grupo por velhos caminhos, usando
velhos slogans, em direção a antigos objetivos. Às vezes
isso é adequado. Mas o mundo muda com uma rapidez desconcertante.
Freqüentemente os velhos caminhos estão bloqueados e as velhas
soluções já não resolvem mais nada, por isso é seu papel promover
o processo de renovação.
Qualquer
tentativa de descrever um processo tão complexo quanto a
liderança, inevitavelmente faz com que ele pareça mais organizado
do que é na verdade. Liderança não é uma coisa metódica. São
freqüentes os equívocos, a inconsistência inevitável. Na maior
parte do tempo, a maioria das coisas está fora de controle. Nenhum
líder gosta desta realidade, mas todos eles a conhecem.
SUCESSO!
Erlei Moreira
Engenheiro,
Professor,
Consultor e
Escritor.
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