O SUCESSO DEPENDE DA

“INTELIGÂNCIA EMOCIONAL”!

 

 

Pesquisas produzidas nos Estados Unidos desafiam a tradicional crença de que o sucesso profissional depende, essencialmente, do quociente de inteligência, mais conhecido como QI. A moda passou a ser a “inteligência emocional” que, ao contrário do QI, pode ser aprendida nas escolas ou em casa. Está em questão a importância do próprio raciocínio lógico e matemático, valorizado ao extremo numa sociedade competitiva.

 

Isto tem a ver com a Teoria da Dominância Cerebral proposta por Ned Herrmann, teoria esta levada a público em 1989 e publicada no seu livro The Creative Brain (O Cérebro Criativo), em 1995.

 

A teoria de Herrmann, calcada a partir das experiências do Dr Paul McLean e do Dr. Roger Sperry, classificou os estilos de pensamento em relação ao lado do cérebro dominante. Pessoas dominadas pelo lado esquerdo são descritas como analíticas, lógicas e seqüenciais. As dominadas pelo lado direito são mais intuitivas, baseadas em valores e não-linearidade.

 

Como muitas outras experiências como essa confirmaram as descobertas de Ned Herrmann, começaram as pesquisas para mapear e identificar qual a porção do cérebro (hemisférios esquerdo e direito) que é mais utilizada pela maioria das pessoas. Essas pesquisas apontaram que a família onde vivemos, a comunidade, o país e também a educação escolar que recebemos são os responsáveis por esse direcionamento. Daí constatou-se: a educação, por valorizar mais a racionalidade, a matemática e o estudo do idioma é que nos impele a que desenvolvamos muito mais o hemisfério cerebral esquerdo. Como era de se esperar, esse conhecimento balançou o mundo empresarial, acostumado a valorizar mais a racionalidade do que a emocionalidade. As pesquisas passaram a demonstrar que montar equipes de trabalho diversificadas em termos de dominância cerebral poderia ser uma fonte de lucro adicional já que poderiam produzir mais e melhor.

 

E quais são as implicações para tudo isto? Quando uma organização foca apenas as atividades que estão mais dirigidas para o lado esquerdo, logo de cara estão utilizando quando muito 50% da capacidade produtiva das equipes. Ao mesmo tempo, por não valorizarem as funções do lado direito, tendem a ser muito burocráticas e terem os seus focos muito mais dirigidos para a área operacional e por este motivo não conseguem se conectar com o todo.

 

O laboratório Bell, nos EUA, centro de estudos de alta tecnologia, fez uma pesquisa entre seus engenheiros eletrônicos. Constatou que os mais produtivos não eram os de QI mais avantajado, nem mesmo os de currículo mais brilhante, mas os que exibiram maior capacidade de relacionamento e administração de conflitos, capazes de enfrentar situações novas e de crise.

 

Até agora não se sabe bem como medir a “inteligência emocional”. Os testes pretendem medir a capacidade de conter impulsos - excesso de ansiedade significa carência de inteligência emocional, segundo pesquisadores. “Basicamente, é uma forma diferente de ser esperto”, define Daniel Goleman, ex-professor de Harvard e autor do livro “Inteligência Emocional”. Mas sabe-se que é, em suma, a forma como se lida com as emoções, assegurando estabilidade e equilíbrio emocionais, capacidade de resolver conflitos, de atrair simpatias, de não deixar-se afundar em depressões, ansiedades ou ódios. É o tipo mais habilitado a prosperar.

 

Essas idéias começam a sair do papel e ir para a prática. O Centro de Estudos da Criança da Universidade de Yale está promovendo cursos para aumentar a habilidade emocional de crianças. Algumas escolas ensinam inteligência emocional como matemática ou inglês.

 

Uma pesquisa realizada na Universidade de Berkeley (EUA) pelo psicólogo Jack Block traçou o perfil do indivíduo de QI alto. Inteligência, ambição e busca de produtividade são freqüentemente acompanhadas por inibição, dificuldade de expressão, tédio, inquietação e insatisfação sexual. Ao contrário, as pessoas com alta inteligência emocional demonstram maior senso de responsabilidade, dedicação a causas e pessoas, simpatia e determinação. Uma criança muito inteligente, mas extremamente ansiosa ou angustiada, tem dificuldades de aprendizado. “De pouco vale a inteligência quando a pessoa não consegue se auto-motivar”, afirma Goleman. O ideal, segundo ele, é a combinação das duas inteligências. Até porque alguém com QI baixo terá óbvias limitações.

 

Nada mais exemplar desse tipo de “burrice” que os integrantes de gangues, que, emocionalmente, desequilibrados, só conseguem resolver conflitos pela violência. O “burro emocional” pode até ter um QI gigantesco, mas, por ser descontrolado ou até violento, provoca discórdias, desestabiliza equipes e acaba por prejudicar a produtividade de uma empresa.

 

“A forma como lidamos com nossas emoções determina mais nosso futuro do que propriamente o QI”, afirma Goleman. O próprio Goleman constatou que, entre seus colegas de Harvard, os mais simpáticos e habilidosos atingiram posições mais altas na carreira. E superaram de longe os reconhecidamente mais inteligentes.

 

A inteligência emocional tem cinco características básicas, segundo Daniel Goleman:

 

# Ser capaz de acalmar-se quando estiver ansioso e esfriar quando estiver com raiva;

 

# Ser capaz de se auto-motivar diante de adversidades e de ter persistência nos objetivos;

 

# Perceber o que as outras pessoas estão sentindo;

 

# Perceber seus próprios sentimentos;

 

# Usar a percepção dos próprios sentimentos e os dos outros para administrar conflitos, negociar e liderar.

 

Bom trabalho!

 

Erlei Moreira

Engenheiro, Professor,

Consultor e Escritor.

 

 

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