AMBIENTE DE TRABALHO

 

COMO É O SEU? PROTETOR? DIRETIVO?

NEUTRO? POLÍTICO? COOPERATIVO?

 

O termo “cultura” origina-se do latim “colere” que significa cultivar, no sentido de arar a terra, preparar o solo para o cultivo. Os romanos, na antiguidade, usaram pela primeira vez o termo “cultura” significando educação esmerada de uma pessoa, interesse pelas artes, filosofia etc. A partir daí a palavra “cultura” vem sendo utilizada para caracterizar também o produto das interrelações humanas, seja no âmbito pessoal ou organizacional.

 

O estudo da cultura organizacional vem ganhando importância pois, é através dela que se compreende por que um ambiente de trabalho é bom ou ruim. Por que uma equipe é ou não produtiva. Vale aqui salientar que o bom ambiente de trabalho, base da qualidade e da produtividade, é fruto da interação dos elementos que compõem a cultura da empresa, ou seja, seus ritos, tabus, mitos, crenças, medos etc. A seguir são mostrados os vários tipos de ambientes que podem ser gerados a partir da conjugação desses elementos:

 

Ambiente PROTETOR

 

Nesse tipo de empresa ocorre em geral um nível destacado de delegação de responsabilidades e autoridades de cima para baixo. O pessoal pode, via de regra, executar o trabalho com autonomia, da maneira como desejar. Há uma acentuada preocupação da empresa com as relações humanas e esforços são feitos constantemente para evitar que as pessoas entrem em atritos sérios. Constata-se, no entanto, um certo conformismo e acomodação das pessoas nos níveis operacionais. Além disso, é possível que a produtividade da empresa seja baixa, em relação aos níveis potenciais de obtenção de resultados. É provável que num ambiente mais permissivo como este, o pessoal não se sinta realmente obrigado a obter resultados, quantitativa e qualitativamente. Isso pode decorrer do fato de que, em geral, nesse tipo de empresa a Direção não deixa realmente claro para a sua equipe o que se espera dela em termos de produtividade. Ou então, estabelece padrões abaixo do que se poderia obter com um pouco mais de esforço.

 

Ambiente DIRETIVO

 

Tende a haver pouca participação dos subordinados nas decisões da empresa. O poder tende a concentrar-se nas mãos da cúpula da empresa. Os subordinados apenas executam as ordens recebidas, sem possibilidade de desenvolver a sua criatividade. Geralmente não lhes é permitido escolher como farão o trabalho, de vez que as ordens vindas de cima é que determinam como deverão fazê-lo. Pode haver sérios descontentamentos da equipe e, por temerem punições, camuflarão ou ocultarão da chefia essas insatisfações. Indivíduos muito autônomos e agressivos profissionalmente, somente se darão bem nesta empresa se ocuparem posições de poder na hierarquia. Em posições subordinadas tenderão a sair ou a criar problemas.

 

Ambiente Neutro

 

Neste tipo de ambiente os funcionários geralmente se preocupam pouco com a obtenção de resultados, o qual é visto como de exclusiva responsabilidade da alta direção. A sensação vigente na empresa será, provavelmente, de grande distância entre os empregados e a direção. Esta, não aparece e não dá diretrizes, a não ser ocasionalmente.       Planejamento, quando ocorre, existe apenas para superar problemas inesperados que estouraram. O controle é caracterizado principalmente por esporádicas ações punitivas sendo que há uma ausência geral de avaliação sistemática dos trabalhos. É comum encontrar departamentos estanques e apenas aqueles altamente especializados funcionam melhor neste tipo de empresa. Departamentos administrativos ou de produção, cuja tecnologia e natureza do trabalho são rotineiras, deverão achar-se confusos e sem saber para onde caminhar. Pessoas pouco maduras ou pouco conhecedoras da empresa provavelmente ficarão esperando que lhe digam o que fazer, perdendo tempo e fazendo tentativas pouco produtivas de levar o seu trabalho adiante. Os conflitos que surgem são principalmente de natureza pessoal, uma vez que o ambiente não incentiva as discussões profissionais. O moral do pessoal, nestes casos, é em geral baixo.

 

Ambiente POLÍTICO

 

Neste tipo de situação constata-se uma preocupação muito grande com a observância dos usos e costumes; não se estimulam pois sugestões que conflitem com os mesmos. Este fato faz gerar comportamentos prudentes e defensivos nos vários níveis de liderança e entre os funcionários, em geral. Há um grande consumo interno de energia no sentido de pessoas ou grupos de pessoas se protegerem e de justificarem as medidas protetivas. As decisões são tomadas com base principalmente no passado, não levando em consideração pressuposições e oportunidades surgidas. Por isso, as pessoas de grande iniciativa podem sentir-se tolhidas nesse tipo de organização.

 

Ambiente COOPERATIVO

 

Há uma adequada distribuição de responsabilidades e autoridades sendo as decisões partilhadas entre a cúpula e os diversos níveis de chefia. Os funcionários são informados claramente do que se espera deles e a empresa mostra-se receptiva às reivindicações de apoio formuladas por eles. Os funcionários têm possibilidade de inovar no trabalho ou de determinar eles próprios como o realizarão, uma vez que apresentem os resultados esperados e atuem dentro dos padrões de qualidade estabelecidos. Há um sistema de delegação eficaz, embora possa haver freqüentemente solicitações de maior autonomia no trabalho, especialmente no caso dos funcionários que executam atividades complexas ou técnicas, ou de nível sócio-econômico elevado. Nota-se a presença constante de divergências profissionais, as quais normalmente conduzem a mudanças nos procedimentos usuais de trabalho. Atritos mais sérios são enfrentados abertamente e trata-se de solucioná-los razoavelmente de maneira que não impeçam o andamento do trabalho. Constata-se uma forte identificação indivíduo-empresa. Conseqüentemente, o moral do grupo é muito alto.

 

Erlei Moreira

Engenheiro, Professor,

Consultor e Escritor.

 

 

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