EXCELÊNCIA EM SERVIÇOS - XXI
COMO VOCÊ
PERCEBE AS PESSOAS?
PELO QUE ELAS
POSSUEM OU PELO QUE ELAS SÃO?
POSFÁCIO
No 1º artigo,
caracterizamos o que é a Era dos Serviços. No 2º, mostramos que
mudanças só são possíveis com o aval e o emprenho da Direção da
empresa. No 3º e no 4º, falamos das etapas para a implantação de
um programa de Excelência em Serviços. O 5º e o 6º artigos
versaram sobre a Etapa I - Identificação das Demandas. No 7º,
alertamos sobre Demandas Promíscuas. Nos 8º e 9º, falamos sobre a
Etapa II - “Determinação do Objetivo Principal, da Estratégia e
das Metas”. No 10º e 11º, disponibilizamos o teste de Estilos
Pessoais. No 12º, falamos sobre Planejamento de Marketing. No 13º,
iniciamos a Etapa III - Implantação da Filosofia da Excelência em
Serviços. No 14ºe 15º, reiteramos a importância da Direção
da empresa em assumir a paternidade das mudanças. No 16º, enviamos
uma mensagem aos sucessores. No 17º e 18º, clarificamos a
atividade “Serviço”. No 19º artigo, abordamos o tema “Pesquisa de
Satisfação de Clientes”. No 20º artigo, abordamos o Princípio
02 - Educação e Desenvolvimento das Pessoas.
Continuando ...
Neste 21º artigo, vamos falar do Princípio 03 –
Princípio da Qualidade, Etapa III - Implantação da
Filosofia da Excelência em Serviços.
Muitas são as interpretações dadas aos aspectos da Qualidade,
tanto no seu conteúdo e forma, quanto na sua filosofia e emprego
prático. Credita-se ao Japão as glórias por tê-la descoberto e
levado ao mundo. Também elevam o nome de Willian Edward Deming
dizendo que, sem a sua contribuição, o Japão não teria conquistado
a sua atual e invejável posição na economia mundial. Sem querer
atribuir maior ou menor mérito a este ou a quaisquer outros
teóricos do Gerenciamento pela Qualidade, fato é que todos eles
perceberam, à época, que um novo paradigma despontava no
horizonte, uma tendência da humanidade para valorização do
qualitativo em detrimento do quantitativo. Mudaram o mundo porque
conseguiram interpretar suas tendências e as colocaram em prática.
Tudo isso pode parecer muito filosófico, mas prestando atenção nas
mudanças que vêm ocorrendo pelo mundo veremos pessoas cada vez
mais interessadas em ser do que em ter, pessoas mais chegadas à
família e menos ergomaníacas. Um paradigma que já se fazia
presente no festival de Woodstock, que inaugurou a era hippie do
“faça amor, não faça guerra” - em Nova York, agosto de 1969.
Entretanto, em que pese toda esta realidade, parte do mundo
ainda parece estar indiferente e refratário a essas tendências.
Acreditam que conhecem as pessoas se souberem quanto ganham,
quanto têm de bens materiais, quantos anos já viveram, quantas
viagens já realizaram, quantos empregados possuem, quantos...
quantos... quantos. Não prestam atenção em como as pessoas levam a
sua vida, se são felizes e realizadas, se contribuem efetivamente
para a construção de um mundo melhor, ou não, etc.
Enfim, quando falamos em Qualidade não estamos falando de um
modismo ligado às empresas e seus processos produtivos. Qualidade
é uma opção de vida da humanidade nestes últimos tempos e diz
respeito a todas as áreas de convívio humano, principalmente no
campo pessoal. É um retorno às origens, resguardadas as
características do crescimento cíclico, translacional e pendular
da raça humana.
Então, quando falamos em Qualidade em Serviços, ou Excelência
em Serviços, não estamos falando só de uma estratégia que uma
empresa pode utilizar para vender seus serviços. Falamos, sim, de
uma necessidade, cada vez maior, que a raça humana tem de colocar
mais Qualidade em sua vida. Assim, como os clientes são pessoas,
estamos colocando-os no foco desta reflexão sobre o seu
comportamento enquanto agente econômico - consumidor.
Por isto perguntamos: O que realmente importa às pessoas
enquanto clientes?
Existem dois
estudos muito importantes para a análise do comportamento dos
clientes, diz o escritor Fábio Marques. O primeiro, conduzido pela
Associação Americana de Marketing, mostra que, em 80% dos casos,
os clientes deixam de comprar de determinada empresa porque
sentiram que foram atendidos com indiferença ou porque não tiveram
sua reclamação prontamente atendida. Outro estudo mostra que o que
influencia o cliente a mudar de fornecedor está relacionado, em
49% dos casos, com atendimento rude e, em 21% dos casos, com
sentimento de descaso pessoal. Apenas em 30% dos casos os clientes
mudaram de fornecedor por melhor preço ou melhor produto.
Se duas empresas
têm o mesmo produto, tecnologia, prazo de entrega e atendimento, é
claro que o preço vai falar mais alto. Mas observa-se que, pela
natureza latina da nossa população – que é calorosa, emotiva e de
alta sensibilidade - quando encontramos um lugar onde somos
atendidos de forma especial, onde nos sentimos valorizados e
“menos pobres”, compramos mais, de modo que o preço fica em
segundo plano. No final das contas, sabemos que o preço pode
atrair clientes uma vez, mas não garante que os mesmos voltem. O
único tipo de negócio que sobrevive nessa rotina é a empresa
nômade, mas não por muito tempo. Até aqui, nenhuma novidade, né?
Novidade será, certamente, quando deixarmos nossas posturas de
observadores quantitativos e passarmos a também fazer histórias
exemplares de sucesso, qualitativo!
Continua ...
Erlei Moreira
Engenheiro,
Professor,
Consultor e
Escritor.
RETORNAR |