EXCELÊNCIA EM SERVIÇOS - XVII

 

A ÚNICA COISA QUE CONTA É UM CLIENTE SATISFEITO!

Jan Carlzon

 

POSFÁCIO

 

No 1º artigo, caracterizamos o que é a Era dos Serviços. No 2º, mostramos que mudanças só são possíveis com o aval e o emprenho da Direção da empresa. No 3º e no 4º, falamos das etapas para a implantação de um programa de Excelência em Serviços. O 5º e o 6º artigos versaram sobre a Etapa I - Identificação das Demandas. No 7º, alertamos sobre Demandas Promíscuas. Nos 8º e 9º, falamos sobre a Etapa II - “Determinação do Objetivo Principal, da Estratégia e das Metas”. No 10º e 11º, disponibilizamos o teste de Estilos Pessoais. No 12º, falamos sobre Planejamento de Marketing. No 13º, iniciamos a Etapa III - Implantação da Filosofia da Excelência em Serviços. No 14ºe 15º, reiteramos a importância da Direção da empresa em assumir a paternidade das mudanças. No 16º, enviamos uma mensagem aos sucessores.

 

Continuando ...

 

Neste 17º artigo, vamos iniciar a clarificação do que significa a atividade “Serviço”.

 

Como foi dito no 13º artigo, a finalidade da Etapa III é fornecer ao empresário empreendedor informações suficientes para que ele, sem ajuda externa, consiga conduzir a implantação do seu próprio Programa de Excelência em Serviços. Para isso, é fundamental que a próxima reflexão verse sobre o significado intrínseco da proposta básica, ou seja, da “Excelência” em “Serviços”.

 

Por experiência e intuição sabe-se que, para implantar uma forma diferente de pensar e agir dentro da empresa é absolutamente necessário trabalhar com mudanças coletivas, o que significa alterar todo o status quo existente. E é problemático mudar a estrutura interna do poder sem dominar uma série de conhecimentos sobre algumas nuances da natureza humana. E a primeira delas é sobre a forma como as pessoas interpretam as informações que lhes chegam. Portanto, é oportuno discutir-se sobre o que se entende por ““Excelência” e por “Serviços”.

 

O termo “Excelência”, em que pese a sua subjetividade, tem um entendimento razoável por parte da maioria das pessoas pois significa “estar no topo”. Mas, e a palavra “Serviço”? O que ela significa realmente? Para entendermos seu significado é preciso passearmos um pouco pela história pós Revolução Industrial, ou seja, nos últimos 250 anos.

 

Os produtos gerados em uma economia podem ser classificados como sendo: um bem - produto físico - ou um serviço - produto intangível. Exemplificando: um automóvel, um copo ou um computador são bens; transporte, hospedagem ou educação, são serviços. Mas, para compreender melhor o que é um serviço, deve-se saber primeiro o que é um bem e entender suas características, como é produzido e o enfoque dado na sua produção.

 

Fazendo uma viagem ao passado, algumas informações poderão ser resgatadas para lastrear esta compreensão. A partir da Idade Média, por volta do século XV e XVI, com o mercantilismo incrementando o comércio internacional, compreendeu-se que era oportuno aumentar quantitativamente a produção de bens. Voltadas para atender ao mercantilismo, as ciências deram um salto monumental nos séculos XVII e XVIII. Naquela época, a produção vinha, basicamente de artesãos anônimos que dominavam todo o processo produtivo. Quem produzia o violino, por exemplo, conhecia que árvore fornecia a melhor madeira, como deveria ser plantada e cuidada, quando poderia ser colhida, como talhar as peças, como fazer as cordas, o arco e, finalmente, como afinar e tocar o instrumento. Para que se pudesse incrementar a produção, o primeiro passo necessário foi reunir esses artesãos em um só local, buscando com isso ganhar a força de um grupo. Mais ou menos do mesmo jeito como funciona a maioria das marcenarias até hoje no Brasil. Mas só isto não foi suficiente.

 

Com o avanço maior ainda das ciências e do comércio internacional no século XIX, a construção de máquinas e os sistemas administrativos criados para depurar os processos produtivos, foi possível padronizar os procedimentos industriais. Base para se estabelecer sistemas de produção em massa. A análise detalhada desses processos, já no século XX, encabeçada por pioneiros como Taylor, Fayol e Gilbreht, dentre outros, suportados por equipamentos cada vez mais automatizados, levaram as empresas a obterem ganhos significativos de produtividade. Coisa que só foi possível porque o elemento básico do sistema manufatureiro de bens foi detalhadamente estudado e conhecido, ou seja, o processo de produção. Assim, na manufatura de um bem, o enfoque sempre foi e sempre será verticalizado para o gerenciamento do processo e controle da produção. Esta é a atividade-fim do sistema industrial. Todo o resto, dentro da indústria, é atividade-meio.

 

Com os ganhos de produtividade da indústria, lucraram os empresários e os trabalhadores. O aumento da riqueza global induziu as pessoas a consumirem outro tipo de produto: o serviço. Principalmente na sua forma mais elementar, ou seja, a informação.

 

Continua ...

 

Erlei Moreira

Engenheiro, Professor,

Consultor e Escritor.

 

 

 

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