EXCELÊNCIA EM SERVIÇOS - XV

 

O OLHO DO DONO É QUE ENGORDA O PORCO.

Adágio Popular

 

POSFÁCIO

 

No 1º artigo, caracterizamos o que é a Era dos Serviços. No 2º, mostramos que mudanças só são possíveis com o aval e o emprenho da Direção da empresa. No 3º e no 4º, falamos das etapas para a implantação de um programa de Excelência em Serviços. O 5º e o 6º artigos versaram sobre a Etapa I - Identificação das Demandas. No 7º, alertamos sobre Demandas Promíscuas. Nos 8º e 9º, falamos sobre a Etapa II - “Determinação do Objetivo Principal, da Estratégia e das Metas”. No 10º e 11º, disponibilizamos o teste de Estilos Pessoais. No 12º, falamos sobre Planejamento de Marketing. No 13º, iniciamos a Etapa III - Implantação da Filosofia da Excelência em Serviços. No 14º reiteramos a importância da Direção da empresa em assumir a paternidade das mudanças.

 

Continuando ...

 

Neste 15º artigo, vamos falar mais sobre o papel da Direção da empresa na realização de mudanças. Radicalizando, posso dizer: ninguém está capacitado para substituir o(a) criador(a) da empresa quando o assunto é implementar mudanças.

 

Data vênia, resguardado o respeito que tenho pelos(as) leitores(as) que discordarem da simplicidade do meu raciocínio no tratamento de um assunto tão sério e delicado, este artigo tratará apenas de sugestões de ações ao empresário fundador da empresa: o(a) patriarca/matriarca. Aqui excluídos inclusive os(as) herdeiros(as), que terão uma mensagem específica no próximo artigo. Entretanto, se algum colaborador da empresa sentir-se também um empreendedor e identificar-se com as premissas lançadas aqui, sinta-se à vontade para adotá-las. Como adendo, aqui vão algumas características do comportamento empreendedor, que certamente caracterizam o perfil de todos os empresários(as): vê as oportunidades antes dos outros; é proativo; tem visão expansionista; sabe arrebanhar colaboradores; é persistente; assume riscos; é estrategista; tem visão pragmática; sempre quer mais e melhor; é assertivo; assume responsabilidades e as cumpre - custe o que custar, doa a quem doer; tem o seu trabalho como um hobby e se diverte com ele; esmera-se em manter clientes satisfeitos; está sempre buscando informações; estabelece metas; planeja em longo prazo - mesmo que seja mentalmente; tem boa visão de custos; é persuasivo; é independente e autoconfiante; dentre outras.

 

Prosseguindo, vai uma pergunta inicial dirigida a(o) empresário(a) que ainda tem dúvidas de que precisa mudar seus paradigmas: quais foram no passado, as ações acertadas que resultaram no crescimento da sua empresa? Faça uma relação envolvendo todas elas. Enumere as relevantes, e finalmente, aquelas que forem as mais importantes. Se dentre estas, uma das escolhidas foi seu envolvimento direto com o dia-a-dia da empresa, então você está no caminho certo. Por envolvimento direto entende-se a sua participação efetiva na produção, administração e venda dos serviços. Exemplificando: se sua empresa for uma transportadora, envolver-se diretamente significa que você deve participar das entregas (como motorista ou ajudante), abastecer veículos, ajudar na manutenção, fazer lançamentos contábeis, despachar e assinar cheques nos locais onde você estiver, atender telefonemas fora da sua sala, lavar veículos, atuar no almoxarifado e principalmente, visitar clientes. Tudo exatamente como acontecia antes, quando você era o “faz tudo”.

 

Se você, empresário, achar que estas idéias são ousadas, absurdas, ou mesmo loucas, lembre-se: se a sua empresa existe hoje é porque você ousou, abusou de absurdos e cometeu loucuras. Mas você não precisa ralar-se de novo por tanto tempo. Bastam somente uns seis meses. Só para sentir, vivenciando, se a sua empresa hoje é, na prática, o que você pensava que fosse. Se a visão da empresa que você tem da sua sala é a mesma que o cliente tem do outro lado do “balcão”. E nesse período, com certeza, você, com seu tino empreendedor que o fez crescer, descobrirá porque a empresa já não está satisfazendo tão bem as necessidades dos seus clientes.

 

Enquanto isso acontece, ciente de que a sua empresa só evoluirá se houver uma consciência coletiva da necessidade de alterar a situação atual, invista no treinamento técnico e comercial de todos os seus parceiros internos, funcionários ou herdeiros. Para que eles não sejam obstáculos às mudanças que certamente serão regidas pela sua batuta. E lembre-se: por tendência, ninguém na empresa tem a sua sensibilidade e habilidade para tratar dos negócios, do mercado, dos custos, dos clientes - apesar destes novos tempos estarem completamente diferentes daquela época em que você começou. Neste ponto, você vai ter que estar totalmente aberto à aprendizagem.

 

Se mesmo assim você ainda tem duvidas de que caminho tomar, saia agora da empresa e, do primeiro telefone - pode até ser com um celular, do seu banheiro privativo - ligue para a sua empresa e tente comprar alguma coisa ou contratar um serviço. Se você, criterioso e zeloso como deve ter sido, agradar do atendimento e da atenção que lhe dedicaram, então esqueça tudo o que foi dito aqui e sinta-se orgulhoso – sua empresa é uma exceção. Neste caso, para descobrir os “porquês” dos resultados empresariais pífios que sua empresa vem apresentando nos últimos tempos, contrate uma empresa especializada em auditorias internas.

 

No próximo artigo, uma mensagem aos(às) herdeiros(as).

 

Continua ...

 

Erlei Moreira

Engenheiro, Professor,

Consultor e Escritor.

 

 

 

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