PROFISSÃO DE FÉ

(Manifesto público de convicções)

 

Se as mudanças são inevitáveis, por que não planejá-las?

 

Sempre que se fala em empresas e empresários(as), não podemos esquecer que eles(as) representam o bandeirantismo contemporâneo: as Bandeiras do século XXI. Misto de empreendedor(a) e desbravador(a), este é o perfil do(a) condutor(a) dos negócios. O país deve muito a esse(a) protagonista que, transformando-se em pedra de toque da pujante economia brasileira, não tem medido esforços para garantir o crescimento do país (mesmo que parco) aos níveis atuais.

 

Ironia do destino e repetição cíclica da história, hoje esse(a) mesmo(a) empresário(a) vê-se frente à necessidade de participar de uma nova expedição. Novamente precisa empreender e desbravar. Sinais dos tempos, não há mais necessidade de explorar o território alheio. E sim, aquele que sempre foi seu: a sua própria empresa. Um desbrave administrativo e operacional na racionalização dos custos e na melhoria da qualidade dos seus produtos e serviços.

 

E como se não bastassem as dificuldades econômicas, esses(as) empresários(as) têm ainda pela frente os desafios da incerteza política, já que novas pessoas foram empossadas, recentemente, no núcleo decisório do país. E olhe que alguns(mas) empresários(as) têm ainda que conduzir, na empresa, questões delicadas de sucessão familiar. Por tudo isso ele(a), empresário(a) e administrador(a), sabe que o Brasil que brotará desta quase recessão (já que o país tem crescido pouco) jamais será o mesmo. E com o governo se propondo a criar condições de maximizar o crescimento do Brasil, a hora da mudança é agora.

 

Felizmente, a história está pontilhada de exemplos da capacidade que o homo sapiens tem de adaptar-se à novas situações. Aliás, não fosse isto, a raça humana não teria conseguido sobreviver por tanto tempo. E vemos que, nas situações mais difíceis, a união de todos em torno de um objetivo maior, em detrimento dos menores, sempre foi a base da reação humana. Como na fábula dos porcos-espinhos onde, para sobreviverem ao rigoroso inverno, entenderam que precisavam estar juntos para se aquecerem, mesmo sabendo que levariam uma ou outra espetada.

 

Por isso, o caminho das pedras rumo à inovação e ao aperfeiçoamento passa pela união de toda a classe empresarial em torno de objetivos comuns. Dentre as alternativas de importação de novos métodos administrativos para dentro da empresa, uma das mais viáveis é através do incremento da troca de informações entre os próprios administradores(as), através dos Órgãos de Classe ou outros afins. É onde todos devem buscar respostas para as questões de conteúdo do tipo: como mediar a negociação entre as estruturas formal e informal dentro da minha empresa? Como conciliar, em função da cultura da empresa, a tradição e a renovação, o necessário e o possível, o velho e o novo?

 

Mas o verdadeiro desafio está, sim, em determinar o ponto médio ideal de convivência pacífica e criadora entre essas duas forças fundamentais da empresa. Pois, ênfase exagerada à estrutura formal pode levar à estratificação, à rigidez e ao imobilismo. Pode criar e manter o(a) senhor(a) feudal com sua administração defensiva e autocrática, além de permitir que controles administrativos (atividades meio) sobreponham-se e dificultem os procedimentos operacionais (atividades fim). Ênfase exagerada à estrutura informal pode levar ao caos pelas atitudes impulsivas, improvisadas e individualistas que implicam, com o tempo, na quebra da integração sistêmica.

 

Assim, na busca da forma ideal para a condução das mudanças, é interessante que se reflita sobre a trilogia “mudança, direção e planejamento” uma vez que:

 

- Muda-se, em princípio, para atender à eficácia dos resultados, para atualizar a organização ou então para crescer;

 

- Estipula-se a direção pois a empresa tem que ser, antes de tudo, uma realidade econômica. Só assim, transformando oportunidades em resultados empresariais, é que conseguirá desempenhar a sua função social;

 

- Planeja-se, porque o planejamento é uma atitude de reflexão. É um processo efetivo de prevenção do obsoletismo e parte integrante do processo administrativo onde o objetivo maior é tomar a decisão mais correta.

 

Nesse descortinar dessa nova era para o Brasil, o que a sociedade quer e precisa preservar é a confiança de ser transportada, com segurança, para a modernidade. E isto é uma tarefa fundamentalmente dele(a): Sua Excelência, o(a) ADMINISTRADOR(A)

 

Erlei Moreira

Engenheiro, Professor,

Consultor e Escritor.

 

 

 

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