GESTÃO PELA QUALIDADE - I

 

 

A humanidade é produto de desafios. No princípio, não havia tempo disponível para outras coisas. O homem primitivo só se preocupava com a defesa pessoal e a alimentação – colheita de frutas naturais, caça e pesca. Depois, descobrindo que podia cultivar plantas e criar animais, esse homem deixa de ser nômade, passa a ter endereço fixo e percebe que o tempo dedicado à busca de alimento foi reduzido. Em conseqüência, passa a produzir mais, sejam alimentos, artesanato ou mesmo serviço (comercialização dos excedentes de produção).

 

Durante o período Renascentista, o mercantilismo incentiva o consumo e a produção, as descobertas científicas empurram as indústrias para a produção em massa. Apenas um pequeno percentual da sociedade trabalha, por meio da mecanização - produzindo alimentos. A estimativa é que nos Estados Unidos aproximadamente 2% da população esteja voltada para a produção de alimentos. As necessidades do indivíduo se sofistica cada dia mais. O conhecimento científico extrapola todas as barreiras.

 

De novo, a humanidade se vê frente a uma nova necessidade de adaptação. Não será fácil para a sociedade vencer mais esse desafio, levando-se em consideração:

 

- para o homem transformar-se de nômade  para sedentário, levou-se alguns milênios.

 

- para mudar de agricultor para industriário foram necessários alguns  séculos .

 

- hoje, em plena era da informação, estamos passando de grandes produtores de bens (agricultores,  industriários) para grandes produtores de serviço.

 

A questão é que serviço, como um produto especial que é consumido na hora e local de sua produção, nos obriga a agir rápido. Serviços (Know-how, ou informações, como queiram) deverá ser o suporte do desenvolvimento, de ora por diante.

 

Se produzir e administrar informações é a tônica da Nova Era, não se pode esquecer nem negar as influências dessas informações sobre o nosso sistema básico de valores. Ou seja, quanto mais informações dispomos, mais susceptíveis a alterações fica o nosso sistema de valores e mais rapidamente mudamos de comportamento.

 

Entretanto, a mudança deixou de ser fruto do conjunto de informações que nos chegam e passou a ser um objetivo em si mesmo. Ou corremos atrás das informações para nos provocar mudanças ou perdemos a corrida contra o tempo.

 

Esse é um contexto tão verdadeiro que a Neurolingüística já desenvolve técnicas modernas e rápidas de mudança de comportamento. Aqueles processos de mudanças que levaram milênios para se concretizar no homem primitivo, hoje, podem ser alterados em questão de dias.

 

Processos idênticos de mutação no tempo também aconteceram na área da Administração. Dentro da sua história, podemos perceber fases bem características de evolução que começam pela teocrática, entra pela empírico-prática até chegar à cientifica.

 

Esta fase científica, cujos precursores foram Frederick Taylor (1856- 1913) e Henri Fayol (1841-1925), tem como marca a fixação de teorias a partir de bases experimentais.

 

Estas bases teóricas, lançadas com o advento da Revolução Industrial, têm preocupações básicas com a produtividade e o lucro, se bem que montadas em bases administrativas diferentes. Sem dúvida que, da evolução de ambas e de suas funções, tivemos em épocas recentes a Administração por Objetivos, Administração Participativa etc.

 

A Administração Participativa, como o nome bem o diz, vem procurando lançar suas bases no entendimento de que os resultados de uma empresa não provêm de um ou mais dirigentes, nem de um determinado órgão, mas de uma organização sistêmica. É a troca da eficiência pela eficácia de um grupo. Aqui, mais do que nunca, a empresa deve preocupar-se em que seus dirigentes sejam realmente administradores de pessoal.

 

Nada mais próximo da linha mestre de J.D. Rockefeller (1839 – 1937 – Criador da Standard Oil Company e o mais rico americano, percentualmente ao PIB dos Estados Unidos, de todos os tempos): “Pela habilidade de administrar pessoas eu pagarei mais do que por qualquer outro talento debaixo do sol” (I will pay more for the ability to handle people than for any other talent under the sun). Assim, essa nova empresa que vem conquistando espaço tem, como principal característica, a força de equipe.

 

Essa novíssima organização vem propondo que o Gerente seja, acima de tudo, um educador para a qualidade. Que entenda de desenvolvimento de pessoas, das fases de mudança, das resistências humanas, de liderança, crítica construtiva e elogio, de planejamento, delegação, formação de equipes, comunicação, criatividade e fundamentalmente, dos meios que levam o ser humano a agir em determinada direção.

 

Este artigo tem por objetivo expandir estas idéias. Acreditamos que só pela cooperação espontânea da equipe se conseguirá o comprometimento e a co-responsabilidade de todos na obtenção dos objetivos da empresa, e dos seus próprios.

 

Na medida em que tomamos essa consciência, podemos atentar para outros fatos. Se hoje boa parte da sociedade tem acesso à alimentação, habitação e equipamentos sofisticados, isso só foi possível porque a produção em massa reduziu os custos unitários. E isso só será possível na área de serviços se todos tiverem acesso às informações, democraticamente. Só assim, através dos serviços, prestados com Qualidade, a sociedade poderá dar mais um salto em direção ao desenvolvimento.

 

Este é, portanto, um desafio particular para as gerências de hoje: Gerir pela Qualidade.

 

CONTINUA ...

 

 

Jornal EM de 27/24/09:CESTA BÁSICA em LAVRAS é a mais cara de Minas. Vejam: Viçosa = R$ 171,13 – Belo Horizonte = R$ 206,59 – LAVRAS = R$ 361,54. Se falta concorrência aos Supermercados daqui, por que não convidamos o Pão de Açúcar, dono do Ponto Frio, ou Supermercados de Viçosa e BH?

 

Erlei Moreira

Engenheiro, Professor,

Consultor e Escritor.

 

 

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