AVALIAÇÃO DE POTENCIAL E DESEMPENHO - IV

 

 

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Habilidades exigidas

 

O MÉTODO NÃO-DIRETIVO iniciado no artigo anterior exige, antes de tudo, um domínio dos procedimentos de entrevista não-diretiva. O entrevistador deve ser um hábil perguntador e, de inicio, não deve fazer nenhuma pergunta especifica, apenas estimular a exposição do interlocutor. Deve estar alerta a todas as expressões que surgirem. Deverá saber fazer bom uso de sumários daquilo que o empregado falou. A entrevista toda se desenvolve sobre uma questão inicial: "Estamos aqui... e gostaria de saber como você se saiu nesse ano de trabalho. Conte seus problemas, satisfações, insatisfações, inovações e necessidades que encontrou". Compreender e provocar idéias é uma posição neutra muito importante para esse tipo de entrevista, em vez de mostrar concordância ou discordância.

 

Na típica entrevista de avaliação, a análise do trabalho pode ser omitida porque já foi feita em entrevistas anteriores. O colaborador é solicitado a revisar o progresso feito no ano que passou e discutir seus problemas, necessidades, inovações, satisfações e insatisfações.

 

Para conseguir que o colaborador fale livremente, o supervisor poderá retomar as palavras do entrevistado, dar-lhes uma outra versão e comentá-las. Para entreter essas idéias o supervisor não precisa concordar ou discordar das mesmas. A compreensão e o entretenimento de idéias é uma posição neutra entre a concordância e a discordância. O entrevistador deve também saber estimular o seu supervisado para avaliar idéias e planos. Perguntas exploratórias sem sugestão e sem ameaças ajudam a pessoa a pensar mais sobre as conseqüências e os problemas envolvidos em suas próprias idéias.

 

Motivação

 

Se um empregado se sente à vontade para analisar um trabalho, ele se sente imediatamente motivado a pensar construtivamente em vez de destrutivamente. Despertar a curiosidade do empregado sobre o que faz é o primeiro passo para provocar mudanças na sua motivação, para melhorar o trabalho.

 

Condições favoráveis e desfavoráveis

 

Este método falha quando se percebe que o funcionário não tem idéias ou não é capaz de compreender o que faz. Todavia a falha deste método não significa que podemos usar os dois anteriores. Além disso, desde que se percebeu que a satisfação no trabalho pode ser abordada de tantas formas, nota-se que algumas melhoras são possíveis para qualquer funcionário.

 

Inegavelmente, a aplicação do método não-diretivo, também chamado de solução de problemas nas relações gerente-colaborador, oferece inúmeras vantagens ligadas ao desenvolvimento de pessoas e à atenuação dos conflitos entre autoridade e liberdade individual. Estimula a comunicação ascendente, cria um clima de decisões de alta qualidade, reduz a resistência à mudança, desenvolve interesses mútuos e, finalmente, chama a atenção para problemas a serem resolvidos. O maior mérito da entrevista não-diretiva de solução de problemas é que ela tem simplesmente um objetivo: melhorar o desempenho da pessoa avaliada. Ela não pretende ser um instrumento científico para determinar salário, preparar o treinamento ou modificar a organização da empresa.

 

Tendências Futuras da Entrevista de Avaliação

 

Alguns programas de avaliação incluem auto-avaliações, isto é, os próprios subordinados avaliam-se antes da entrevista com seus supervisores e preparam planos alternativos de ação, sujeitos à confirmação de seus supervisores. Este procedimento aumenta  a aceitação de mudanças no desempenho do próprio supervisado que fica mais inclinado a aceitar sugestões de outras pessoas. Há o risco de o funcionário pretender impressionar o entrevistador, mas isso depende da habilidade do entrevistador. Esse tipo de entrevista tenderá a ser mais um estudo do cargo do que uma avaliação pessoal.

 

Parece que se ganha mais quando se esquece a avaliação da pessoa e, em vez disso, se discute o cargo e a satisfação do colaborador. Assim que este se sente seguro e livre para a solução de problemas, começará a propor mudanças em seu próprio trabalho.

 

Obviamente, esse tipo de entrevista não satisfaz objetivos como admoestar empregados, transmitir uma avaliação objetiva e avaliar a pessoa para futuras promoções. Se estes objetivos não são atingidos nesse tipo de entrevista, podem ser desenvolvidos outros procedimentos. É normal considerar que a avaliação de potencial ou a avaliação para futuras promoções, visando um plano de sucessão, seja feita separadamente em outra oportunidade e mesmo por um comitê ou especialista diferente. Pois a avaliação de potencial é mais útil para preparar um Plano de Sucessão do que para uso do próprio avaliado. Ao preparar um programa de avaliação, surge necessariamente uma multiplicidade de objetivos que colidem entre si. A empresa deve definir qual é o objetivo principal e os outros serão necessariamente sacrificados por ele. Não há uma avaliação para múltiplos objetivos.

 

A empresa pode pretender uma avaliação para treinar, recompensar, admoestar ou justificar aumentos de mérito. Pode também pretender que os supervisores se sentem com seus funcionários para discutir seu desempenho. Pode igualmente pretender elaborar uma lista de pessoal promovível. Pode ainda usar a avaliação como instrumento de comunicação dos objetivos. Como se vê a avaliação pode ser usada para qualquer um dos vários objetivos acima, mas não serve para ser usada por todos ao mesmo tempo.

 

Uma solução para esse impasse é considerar que a avaliação tem um objetivo essencial “o desenvolvimento de pessoas”, e que todos os outros serão conseguidos na medida do possível. A avaliação é, pois, transformada num processo de solucionar um problema que é o aperfeiçoamento do funcionário. Como método de desenvolvimento, a avaliação compete com e está no mesmo grupo de métodos em que estão os  cursos, laboratórios, treinamentos on-the-job, rodízios e estágios.

 

Levada às últimas conseqüências a entrevista não-diretiva requer as seguintes condições:

 

1 - A responsabilidade pela condução da entrevista cabe ao colaborador, que procura seu supervisor, solicita suas luzes e fixa, ele colaborador, a data e local da entrevista.

 

2 - O supervisor no papel de aconselhador não-díretivo expressa a vontade de ser útil e de ajudar o colaborador.

 

3 - O colaborador aceita a responsabilidade de resolver seu próprio problema, de não transferi-lo a ninguém mais, de não transferir à organização a culpa sobre resultados não atingidos.

 

4 - O supervisor fornece ao avaliando todas as oportunidades de livre expressão e ausência de penalidades pelo que ele disser.

 

5 - O supervisor, como conselheiro, apenas aceita, reconhece, esclarece, interpreta, reafirma e objetiva as afirmações do colaborador.

 

6 - Durante a entrevista o colaborador tem insights ou percepções interiores da realidade de maneira nova e original.

 

7 - O supervisor diagnostica ou ajuda o colaborador a diagnosticar os problemas do colaborador, mas não exprime seus sentimentos, idéias ou interpretações pessoas.

 

8 - O colaborador avalia cada uma das soluções que ele mesmo inventariou.

 

9 - O colaborador elabora e decide sobre um plano de ação e põe em prática as resoluções.

 

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Erlei Moreira

Engenheiro, Professor,

Consultor e Escritor.

 

 

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