LIDERANÇAS
A liderança é a atividade que
leva a influenciar as pessoas para que tenham disposição para
lutar por objetivos de grupo. Esta e muitas outras definições são
frutos de pesquisas realizadas nas ciências sociais que, aos
poucos, vão permitindo o estudo da liderança como um fenômeno de
grupo.
Durante alguns anos os estudos
sobre liderança se concentraram em traços de liderança, ou
qualidades pessoais intrínsecas que levavam os indivíduos a serem
líderes em qualquer situação. Isto levava a crer que, se
pudéssemos descobrir um meio de identificar e medir essas tais
qualidades de liderança, seríamos capazes de separar os líderes
dos não-líderes. Outra conclusão que se poderia tirar daí é que se
tratavam de qualidades que nascem com o indivíduo (qualidades
inatas).
Hoje, porém, estudos mais
recentes mostram que a liderança é um processo dinâmico, ou que
varia de situação para situação. Ela é um comportamento, uma
atitude observável e aprendida. Ao contrário do que muitos pensam,
não é um comportamento que nasceu com o indivíduo. Ninguém nasce
sabendo liderar. A ênfase destes estudos recai no comportamento do
líder e dos membros do grupo, dependendo do ambiente e da situação
em que se encontram. Desta forma, podemos melhorar a definição
dada acima sobre o que vem a ser líder:
É o indivíduo que se DESTACA
em um grupo, numa determinada situação, INFLUENCIANDO
este grupo, através do processo de COMUNICAÇÃO, a atingir
OBJETIVOS definidos.
Nesta definição algumas palavras
estão destacadas, pois são elementos fundamentais para ocorrer
liderança. Caso um destes elementos não exista, não existirá
liderança.
Liderança Formal e Informal
Costuma-se confundir os conceitos
de liderança com o de chefia, supervisão, etc. Basicamente,
liderança é um conceito mais amplo do que isso. Chefia ou
supervisão é um tipo especial de liderança que se conhece como
LIDERANÇA FORMAL;
aquela exercida em qualquer organização pelos indivíduos que
desempenham atividades, cujas funções implicam em responsabilidade
sobre tarefas e autoridade sobre pessoas. Concretamente, um líder
formal é todo indivíduo que ocupa qualquer cargo de supervisão ou
de chefia numa organização, cargo este que lhe foi atribuído por
autoridade superior.
Em um grupo de pessoas que estão
reunidas em torno de um objetivo (na execução de um trabalho, por
exemplo), poderá ocorrer um destaque de uma delas em relação às
demais. Esta pessoa funciona como um centro de atenção, de
informação ou de satisfação de alguma outra necessidade deste
grupo. Ela, em função deste destaque, passa automaticamente a
influenciar o comportamento dos membros do grupo. Este é um
processo espontâneo e natural que poderá ocorrer em qualquer grupo
com qualquer objetivo. O resultado deste processo é o surgimento
do que denominamos de
LIDERANÇA INFORMAL.
Ou seja, nem sempre existe indicação para escolha deste líder. A
sua liderança é aquela que se dá independentemente da organização
formal da empresa. Não está necessariamente ligada à função de
chefia. O líder informal possui recursos que atendem às
necessidades do seu grupo, que em troca valoriza-o e apóia-o para
continuar a receber aquilo que satisfaz suas necessidades.
Por outro lado, ao líder formal,
não compete tão somente exercer o mando de autoridade que a
empresa lhe deu, mas também estar atento às necessidades
individuais dos seus colaboradores. Deve procurar supri-las, sendo
seu porta-voz, ou conversando com o grupo com a finalidade de
apontar os erros existentes, tentando encontrar alternativas para
suprimi-los; enfim, compreender as necessidades que surgem no seu
grupo de trabalho e tentar atendê-las. Portanto, compete ao líder
formal buscar, também, ser o líder informal do seu grupo de
trabalho. Agindo assim, estará atendendo às necessidades e
objetivos da empresa e, ao mesmo tempo, às necessidades da sua
equipe.
Tipos de Liderança
A maneira como o gerente utiliza
o seu poder de autoridade define o nível de participação do grupo
nas atividades organizacionais. Por exemplo, quando centraliza a
decisão, declina a participação grupal; quando utiliza menos sua
autoridade, estimula o envolvimento da equipe na solução dos
problemas. O comportamento do líder em relação ao exercício
decisório, caracteriza-se por uma das opções:
DECIDE E INFORMA
O assunto é apresentado ao grupo
como matéria vencida. Expõe o problema, demonstra como foi
analisado, quais as alternativas de solução, porque foi escolhida
a decisão apresentada e o que espera do grupo para sua execução
produtiva.
DECIDE E PERSUADE
Com características semelhantes à
anterior, preocupa-se em convencer o grupo das vantagens, para ele
e para a empresa, das medidas acertadas. Empenha-se em buscar
adesões através da apresentação de argumentos teóricos e exemplos
práticos que possam validar as decisões.
BUSCA SUGESTÓES PARA DECIDIR
Esta gerência também cerca-se de
um comportamento ao estilo centralizador. Expõe o problema e
solicita sugestões reservando-se o direito da decisão que poderá,
inclusive, contrariar as opiniões do grupo. Caso tal procedimento
não esteja bem conscientizado, pode criar incompreensões e
frustrações. Afinal, podem pensar os funcionários: "se não era
para considerar nossas opiniões para que nos reuniu?".
PROCURA ENVOLVER O PESSOAL NA
DECISÃO
Expõe o problema e estimula o
grupo a participar de sua análise e a apresentar alternativas de
solução. Todos são motivados a colaborar. Após a discussão,
levantadas todas as hipóteses e considerados os argumentos prós e
contras, o gerente decide por uma das sugestões.
A DECISÃO É TRANSFERIDA AO
GRUPO
O dirigente passa a comportar-se
como um dos integrantes do grupo, expondo o problema e todas as
informações para seu entendimento, inclusive os possíveis
condicionamentos que limitem a liberdade decisória, como por
exemplo, políticas e recomendações da diretoria.
Erlei Moreira
Engenheiro,
Professor,
Consultor e
Escritor.
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